domingo, 8 de março de 2009

Futebol 2009

Escrevi esse texto há algum tempo, está um pouco desatualizado, mas resolvi postar sem alterar nada.

Início de temporada



Depois do começo de janeiro, onde a bola só rola na Copa São Paulo de Juniores, o início de temporada é um dos momentos mais chatos do nosso futebol. Os times todos capengas, jogadores sem muita vontade, acabando de acordar, dando aquele migué clássico de "estou entrando em forma" pra correr menos fazendo a festa nos campeonatos estaduais.

O difícil em analisar as equipes nesse ponto nem é tanto pelo fato de serem times mudados, que jogam há pouco tempo juntos. O que engana mesmo é a fragilidade dos adversários. Dá pro flamenguista ter saudade do Tardelli observando os adversários do Atlético-MG até agora?

Mesmo assim, vamos em frente. Como estão os principais times do Brasil até agora:

Flamengo
Pra mim, o grande favorito do Rio. Tem tudo pra chegar ao tricampeonato simplesmente porque tem um time muito melhor do que os rivais. A diferença era grande ano passado e aumentou agora em 2009. O rival que mais pode dar trabalho é o Fluminense. Ainda não apresentou um futebol convincente, que anime o torcedor, mas tem conseguido os resultados, o que a essa altura, após os fiascos do ano passado, faz muita diferença. O Cuca é um bom técnico, sabe armar uma equipe, e acredito que ainda chega lá – mas ainda falta um atacante. Se não for (mais) atrapalhado por problemas de bastidores, deve ter um bom ano.

Fluminense
Como todo ano, o Flu começa com um bom time no papel e patinando no estadual. Mudando de elenco como quem troca de cueca, também, não teria como ser diferente. Depois do Flamengo, é o time que vem melhor. A volta de Thiago Neves, pra mim, é uma incógnita: se tiver humildade, o jogador tem tudo pra desequilibrar. Se vier esperando receber mordomias por ser a estrela que pensa que já é, vai acabar dando mais alguns passos para trás na carreira.

Botafogo
Já faz um bom tempo que o Botafogo vem fazendo bonito sem grandes nomes no elenco, tendo no coletivo a grande estrela do clube. Mas a verdade é que a qualidade do futebol alvinegro vem decaindo desde a época do "Carrossel" e nesse ano temos a pior formação do Fogão desde 2007. Perto do atual, aquele time era uma verdadeira seleção. Ney Franco é um técnico bastante limitado e não deve fazer o mediano elenco render maravilhas. Se for campeão, vai surpreender.

Vasco
Está menos pior do que no Brasileiro, mas nem por isso virou um bom time. Dos grandes, continua sendo o grande azarão do Carioca e não deve chegar muito longe. O mais acertado seria relegar o Carioca a segundo plano, utilizando o campeonato como um treino de luxo pra aprimorar o time, e focar as forças na Copa do Brasil.

São Paulo
A queda do tricolor de 2005 fica cada vez mais evidente, principalmente se analisarmos o início do time em cada temporada. Mas isso não significa muito para uma equipe que praticamente monopolizou os títulos nas últimas temporadas. Acostumado a decisões, o São Paulo sempre cresce durante as competições e já deixou bem claro que o grande objetivo hoje é a Libertadores. O time já não tem aquela força de antes, com muitas mudanças e um Rogério Ceni não tão seguro, mas Muricy ainda está lá e os reforços vem correspondendo. Além disso, a diretoria – apesar de fechar um patrocínio mais baixo que o esperado – continua mantendo a administração do clube nos eixos. Entra favorito em todas as competições e tem tudo para conquistar, pelo menos, mais um grande título este ano.

Palmeiras
A grande sensação do futebol brasileiro nesse início de temporada parece ter encontrado na combinação de jovens talentos e na experiência de Luxemburgo o ponto certo para sonhar com uma nova época de ouro. Venceu e convenceu no único clássico até aqui (4x2 contra o Santos), com um meio de campo eficiente e um ataque matador – a defesa, contudo, ainda é fraca. Mudanças no comando do clube deixam os palmeirenses ainda mais esperançosos. Deve ser um dos grandes times do ano.

Corinthians
Toda essa euforia com o caminhão de reforços e a conquista da Série B não me convencem. Ainda vejo no Corinthians uma equipe muito, mas muito limitada. Até agora teve um bom começo de ano – nada muito animador – mas os resultados continuam em segundo plano, com as atenções voltadas para a possível estreia de Ronaldo. Ainda acho que a contratação do Fenômeno vai sair pela culatra.

Santos
Vi muita gente enaltecendo o Santos porque "o time é muito melhor que o do ano passado". Basta considerar o vexame que foi a temporada passada do Peixe, com o clube quase rebaixado no estadual e no Brasileiro, pra gente ver que essa melhora não quer dizer muita coisa. É um time mediano, que não mete muito medo. Mas ainda tem o Kleber Pereira, ainda fazendo gols, então deve dar alguma dor de cabeça.

Avaí
Infelizmente o Leão da Ilha não tem a força de um grande time e nem o Campeonato Catarinense a de um grande torneio. Assim, foi praticamente impossível evitar o desmanche do time que se classificou com antecedência pra Série A do Brasileiro. O que restou foi uma equipe tecnicamente inferior, que ainda precisa de muito trabalho para se entrosar. Apontado como grande favorito graças ao acesso, a realidade foi um pouco cruel para o torcedor avaiano, que deve ter boas dores de cabeça esse ano se as coisas não melhorarem.

Metropolitano
É triste ver o Metrô segurar a lanterna da competição sem ter vencido uma partida sequer, principalmente quando se acompanha de perto a luta dos dirigentes para manter um clube de futebol na cidade. O futebol de Blumenau passa pela pior fase dos últimos seis anos. Mas não teria como ser diferente: além de ser obrigado a mandar os jogos em outras cidades, grande parte da torcida blumenauense prefere viver a ilusão de torcer para um time que nem existe mais. Essa divisão enfraquece nosso esporte e espanta pra longe os investimentos, que poderiam salvar o Metropolitano e o BEC juntos. É uma pena que poucos enxerguem isso.

Como acompanho pouco os campeonatos de Minas e do Rio Grande do Sul, vou ser um pouco mais sucinto:

Atlético-MG
O time é melhor que o do ano passado, mas ainda precisa comer muito arroz com feijão pra fazer frente ao rival Cruzeiro e aos grandes. Logo a fase do Tardelli passa.

Cruzeiro
Um dos melhores times do país no ano passado, o Cruzeiro manteve o nível e deve seguir brigando pelos títulos mais importantes da temporada. Resta apenas ver se o Kleber vai substituir o Guilherme à altura.

Grêmio
Acredito que o Cavalo Paraguaio 2008 não vai ter a mesma "magia" do ano passado, quando o Celso Roth conseguiu encaixar o jogo de um time formado basicamente por atletas medianos. É um bom time e só.

Internacional
No papel, o melhor do Brasil. Em campo, ainda não. 2009 é o ano em que o país inteiro espera ver o Inter dominar toda as competições. Eu tenho minhas dúvidas se isso vai acontecer, principalmente depois de ver como o time jogou mal na final da Sulamericana contra o fraco Estudiantes. É sim um dos melhores time e vai brigar por títulos, mas não acredito que seja a máquina que muitos alardeiam por aí.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Humildade verde-amarela



Não consigo imaginar um Michael Phelps brasileiro. Uma unanimidade, que quebrando recorde atrás de recorde confirme o favoritismo que o mundo inteiro deposita nele. E nem é pelo abismo estrutural que existe entre Estados Unidos e Brasil ou pelo fato de que o americano é daqueles que aparecem no mundo a cada milênio. Falo das declarações.

Num País onde uma pessoa ganha mais méritos por ser carismática do que trabalhadora, é impensável ver um atleta estabelecer metas altas e afirmar com toda a segurança que seu objetivo é entrar para a história. No Brasil, basta uma trajetória "bonita" de superação pra virar ídolo. Não é a toa que nossos favoritos encarnam as cores da bandeira brasileira nos momentos decisivos: tremem que nem vara verde e amarelam mais que o ouro da medalha que cobiçavam.

Interessante notar que, em momento algum, Phelps pareceu – ou foi considerado – arrogante. A imprensa e os torcedores parecem até admirar a naturalidade com que ele expõe seus objetivos. Na nossa Pátria amada, porém, se uma declaração não estiver impregnada de “humildade” (apenas destacando as qualidades dos adversários, como uma desculpa antecipada pra derrota que ainda virá) vira atestado de babaquice. Ou não foi assim com o Romário quando ele anunciou que ia atrás do milésimo gol?

A humildade dos nossos atletas não passa do velho e bom complexo de vira-lata com verniz competitivo. E dá-lhe “o América de Natal é muito forte e merece respeito” e “não existe mais time bobo no futebol”. Enquanto o brasileiro não for capaz de assumir a responsabilidade de vencer – e ver alguém assumir a responsabilidade de vencer – vamos continuar sendo um País de poucas conquistas, uma gloriosa nação de “quase-lás” verde-amarelos. Com ênfase bem grande no “amarelo”.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Seja o que Deus quiser

Por que é tão difícil pra algumas pessoas entender a revolta dos jogadores do Flamengo com o episódio da bomba ontem?

O que passa na cabeça de um cidadão que apóia uma barbaridade dessas? Se jogar bomba ganhasse jogo, o Iraque não perdia uma! “É bom pra ver se os jogadores acordam”. Que tipo de argumento é esse? Se eles acordam não sei, mas com certeza não dormem. Ficam a noite inteira pensando no que vai acontecer se os resultados não aparecerem. O Goiás ganhou do Cruzeiro em Minas e vem de uma goleada sobre a Portuguesa, enquanto o Flamengo não sabe o que é vencer há 6 jogos. E se perderem, o que vai ser na próxima vez? Tiros?


Pior são aqueles que criticam o Juan por dizer que todo o jogador pensa em sair num momento desses. Acusam o cara de “achar um motivo pra ir embora”. Me corrijam se eu estiver errado – eu não estava no treino, eu não sou vagabundo desocupado, tenho que trabalhar – mas pelo que eu saiba o Juan não ficou no meio do campo pedindo pra torcida jogar alguma coisa nele. Foram os próprios torcedores que deram um motivo pra ele deixar o Flamengo.

O mais incrível é que esses ditos torcedores foram até o treino pedir “honra ao Manto”. Quem são eles pra falar em amor à camisa? Atrapalhar o trabalho do time, agredir os jogadores, bater boca com eles... ISSO é honrar o Flamengo?

O torcedor caiu na armadilha que ele próprio criou. Embarcou na fantasia de “Brasileiro é obrigação” e passou a oferecer cobrança no lugar do apoio. Ao invés de ajudar, atrapalhou – sem se dar conta de que o único prejudicado nessa história vai ser ele mesmo. Faltou inteligência. Juntos, time e torcida deram show e chegaram em 3º no ano passado. Separados, onde vamos parar? O rubro-negro intolerante merece o time em queda livre que tem.

Já espero o pior pro jogo de hoje. O mínimo de concentração e vontade de vencer com certeza foi embora assim que aquela bomba explodiu. Seja o que Deus quiser.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Puta que pariu!

Não me agrada muito começar um post de sexta-feira com um xingamento, mas era isso ou “Jesus Cristo”. E eu que não vou brincar com forças superiores - seja Deus, Buda ou Alá – em véspera de clássico. Então vamos de puta que pariu: puta que pariu, Grêmio! Puta que pariu, Figueirense!


Quando eu parei de acompanhar o jogo pela internet (no Terra, já que o Globo.com SEMPRE dá erro no segundo tempo) estava 3x1. “Que surra”, pensei, e fui tomar banho. Aproveitei pra fazer a barba e acabei demorando mais do que o costume. Quando saí, minha mãe perguntou se eu sabia quanto estava o jogo do Figueira. Quando ela me disse o placar, achei que tinha se enganado, que tinha ligado a TV de repente e visto o número de escanteios. Mas era aquilo ali mesmo. Inacreditáveis sete gols, que brotaram como que por milagre.

Agora o Grêmio passou o Flamengo e é o novo líder. Justo. Tem um bom time, que vem jogando muito bem. Mas pra mim, a principal diferença entre o tricolor gaúcho e o rubro-negro carioca é a atitude. Enquanto o Flamengo entra em campo com certa cautela, demorando pra se impor, o Grêmio assume o futebol que tem e vai pra cima. Tem mentalidade de time vencedor, ímpeto. O Flamengo respeita demais os adversários; o Grêmio, acima de tudo, se respeita.

Ainda assim, acho que o time do Celso Roth é meio fogo de palha. Tipo o Vasco ano passado. Ainda acho que falta elenco. E Celso Roth é Celso Roth. A queda deve começar, no máximo, na 5ª rodada do returno. Mas mesmo assim, parabéns ao Grêmio pela excelente campanha até aqui e, claro, pelo excelente resultado de ontem. E parabéns também ao Figueira. Não é qualquer time que consegue a proeza de levar 7 gols em casa no Campeonato Brasileiro.

O Avaí não conseguiria.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Que fase!



Quando a fase é ruim, parece que tudo conspira contra. Não tem jeito. O Flamengo tinha tudo pra ganhar da Portuguesa ontem, mas esbarrou em um campo tenebroso, um arbitragem ruim e nos erros excessivos da equipe. E claro, na má fase.

Não tem outra forma de explicar. O jogo talvez não tenha sido um primor técnico, mas foi muito bom de assistir. O Flamengo foi pra cima e abriu o placar com Ronaldo Angelim (num toque de mão involuntário). Aí em seguida, começou a palhaçada. Primeiro no pênalti extremamente duvidoso marcado pelo árbitro. Depois, na cobrança. Diogo deu paradinha, o Bruno caiu do lado certo e pegou. Totalmente equivocado, o bandeirinha mandou repetir.

Essa regra que proíbe o goleiro de se adiantar em pênalti até faz sentido. Se o cara corre pro meio da pequena área realmente atrapalha o batedor. Mas e se o adiantamento acontecer POR CAUSA do batedor? A paradinha não é feita justamente pra deslocar o goleiro antes de tocar na bola? O cara corre pra bola, finge que vai bater, o goleiro cai pra um lado e daí é só tocar no canto aberto. Sempre foi assim! Só que aí o Bruno acaba caindo pro lado certo, defende a cobrança e de repente não vale? Quer dizer então que pênalti com paradinha SEMPRE vai ser gol? Marcação absurda do banderinha!


Mesmo assim fomos ao ataque e Ibson, que vinha jogando bem, colocou o Flamengo de novo na frente. Melhor impossível. Só que nem deu tempo pra comemorar. Logo no início do segundo tempo, num escanteio inventado pelo árbitro, o graaaaande Jaílton fez outro pênalti. Complicado, muito complicado.

Empatado, o jogo continuou movimentado. Bruno fez duas grandes defesas e Sérgio fez um milagre num chute a queima-roupa do Ibson. E o graaaaaande Diego Tardelli resolveu aprontar mais uma das suas e ser expulso de novo, tentando fazer um gol de mão. Inacreditável. Aí ficou complicadíssimo.

Só que o Flamengo foi pra cima assim mesmo e colocou a Portuguesa num sufoco. E aos 42, pênalti em cima do Juan. Pênalti que o Ibson conseguiu perder duas vezes, porque o mesmo bandeirinha do 1o tempo mandou repetir a cobrança de novo. Aliás, se fosse realmente justo, mandaria repetir também a segunda cobrança, em que o goleiro se adiantou também. Mas eu acho que se o Ibson tentasse 10 vezes, erraria as 10. Porque contra árbitro, gramado ruim e jogador expulso tu até tem uma chance. Mas contra fase ruim, não dá pra fazer nada.

Notas:

  • Não foi uma partida ruim do Flamengo, que conseguiu se impor em campo mesmo com um a menos, mas o time ainda está errando demais. E francamente, fazer dois pênaltis num jogo é pedir pra perder. Coisa de time amador!
  • Nem sei o que falar do Tardelli. O cara até vinha fazendo uma boa partida e de repente resolve botar tudo a perder com uma patética tentativa de gol de mão – que aliás, não tinha a menor chance de entrar e de o juiz não ver. Merece ser afastado. Um jogador tão despreocupado com o time não pode vestir o manto num campeonato como o Brasileiro
  • Obina apagadíssimo, Souza na mesma história de “fazer pivô e não gols” e Éder perdido e nervoso. O melhorzinho é o Maxi, que nunca joga. Precisamos de um atacante!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Genial

Essa eu vi nos comentários do blog do Rica Perrone:


"Agora que a Dercy morreu, a única coisa com mais de 100 anos que arranca gargalhadas é o time do Corinthians".

De novo?!?

Quantas vezes o time do Flamengo ainda vai entrar em campo no Maracanã apenas pra decepcionar a torcida? Quantas vezes vai perder um jogo que tinha plenas condições de ganhar por causa de um injustificado nervosismo, uma tensão desnecessária? Quando time vai aprender a se portar como campeão, a se impor diante do adversário? Quando vai acabar o nosso complexo de vira-lata?


A partida de ontem contra o Vitória foi inacreditável. Um bando de jogadores espalhados pelo campo, morrendo de medo de jogar bola, só esperando pelo vacilo que traria a derrota. Foi uma atuação medíocre não apenas pelo baixo nível técnico apresentado – esse, na verdade, foi apenas um reflexo. Perdemos pela postura de derrotados que apresentamos.

Porque no Flamengo tudo é exagerado. Das especulações de contratações às declarações dos dirigentes. Até que conseguimos contornar um pouco o oba-oba que vinha sempre depois das vitórias importantes, mas o clima de enterro que segue as derrotas ainda está lá. Lamentavelmente. O time perde um jogo normal, de cabeça erguida, e pronto. Está instalada a crise. Aí o time entra em campo como time pequeno, joga como time pequeno e arranja uma dor de cabeça gigante. Ridículo.

Como sempre, os comentários vão cair em cima do óbvio: falta um meia criativo. Mas não perdemos por causa disso. Ontem faltou tudo. Uma defesa, um meio de campo e um ataque. Mais um jogador amedrontado e errando passe de 2 metros não teria nos ajudado em nada. E pelo amor de Deus, não me venham falar em Marcinho! Ao contrário do que pensam os comentaristas esportivos, ele raramente era escalado no meio-de-campo e de criativo não tinha nada.

Por outro lado, temos que lamentar novamente o péssimo nível de arbitragem do Campeonato Brasileiro. Fomos prejudicados e muito por um gol mal anulado. Mas que time, além do São Paulo, ainda não foi? Isso só mostra que o Flamengo precisa de esforçar ainda mais, porque às vezes nem achar um gol vai resolver.

Me recuso a falar em “lado bom da derrota”. Hoje, isso não existe. O Flamengo já perdeu jogos importantes demais esse ano pra ficar com esse papo de “lição aprendida”. Mas volto a bater numa tecla, pra mim a mais importante: é preciso mudar a mentalidade. É preciso deixar pra trás o complexo de vira-lata, deixar de se apequenar diante das adversidades, botar a bola no chão e se impor. Com paciência, competência e a força do time e da camisa.

Ainda somos líderes. No fundo é isso que importa, porque as derrotas viriam cedo ou tarde – num campeonato tão equilibrado, não tem como um time largar tão na frente e manter a diferença até o final. O problema é a forma como elas vieram. E em que jogos. Depois de 12 rodadas, o Brasileiro recomeça. E espero que o Flamengo tenha culhões pra assumir a postura do líder que é hoje.

Notas:
  • Caio Jr. mexeu mal substituindo Cristian ainda no 1o tempo apenas pra seguir a cartilha “sai um jogador de defesa, entra um no ataque”. A criação não melhorou e o setor defensivo ficou enfraquecido, e de quebra perdemos um dos únicos jogadores que acerta o gol chutando de longe
  • Aliás, por que o Flamengo nunca chuta de fora da área? Até o Obina, que sempre marcava desse jeito, desistiu da jogada. E o que foi o gol que ele perdeu?
  • Outro erro do técnico: por que Maxi ficou fora do banco? Um atacante veloz e driblador é muito mais eficiente contra uma defesa fechada do que chutões desesperados vindo da zaga.
  • Que caia um raio na cabeça do rubro-negro que sempre defendeu o Egídio.