
A partida de ontem contra o Vitória foi inacreditável. Um bando de jogadores espalhados pelo campo, morrendo de medo de jogar bola, só esperando pelo vacilo que traria a derrota. Foi uma atuação medíocre não apenas pelo baixo nível técnico apresentado – esse, na verdade, foi apenas um reflexo. Perdemos pela postura de derrotados que apresentamos.
Porque no Flamengo tudo é exagerado. Das especulações de contratações às declarações dos dirigentes. Até que conseguimos contornar um pouco o oba-oba que vinha sempre depois das vitórias importantes, mas o clima de enterro que segue as derrotas ainda está lá. Lamentavelmente. O time perde um jogo normal, de cabeça erguida, e pronto. Está instalada a crise. Aí o time entra em campo como time pequeno, joga como time pequeno e arranja uma dor de cabeça gigante. Ridículo.
Como sempre, os comentários vão cair em cima do óbvio: falta um meia criativo. Mas não perdemos por causa disso. Ontem faltou tudo. Uma defesa, um meio de campo e um ataque. Mais um jogador amedrontado e errando passe de 2 metros não teria nos ajudado em nada. E pelo amor de Deus, não me venham falar em Marcinho! Ao contrário do que pensam os comentaristas esportivos, ele raramente era escalado no meio-de-campo e de criativo não tinha nada.
Por outro lado, temos que lamentar novamente o péssimo nível de arbitragem do Campeonato Brasileiro. Fomos prejudicados e muito por um gol mal anulado. Mas que time, além do São Paulo, ainda não foi? Isso só mostra que o Flamengo precisa de esforçar ainda mais, porque às vezes nem achar um gol vai resolver.
Me recuso a falar em “lado bom da derrota”. Hoje, isso não existe. O Flamengo já perdeu jogos importantes demais esse ano pra ficar com esse papo de “lição aprendida”. Mas volto a bater numa tecla, pra mim a mais importante: é preciso mudar a mentalidade. É preciso deixar pra trás o complexo de vira-lata, deixar de se apequenar diante das adversidades, botar a bola no chão e se impor. Com paciência, competência e a força do time e da camisa.
Ainda somos líderes. No fundo é isso que importa, porque as derrotas viriam cedo ou tarde – num campeonato tão equilibrado, não tem como um time largar tão na frente e manter a diferença até o final. O problema é a forma como elas vieram. E em que jogos. Depois de 12 rodadas, o Brasileiro recomeça. E espero que o Flamengo tenha culhões pra assumir a postura do líder que é hoje.
Notas:
- Caio Jr. mexeu mal substituindo Cristian ainda no 1o tempo apenas pra seguir a cartilha “sai um jogador de defesa, entra um no ataque”. A criação não melhorou e o setor defensivo ficou enfraquecido, e de quebra perdemos um dos únicos jogadores que acerta o gol chutando de longe
- Aliás, por que o Flamengo nunca chuta de fora da área? Até o Obina, que sempre marcava desse jeito, desistiu da jogada. E o que foi o gol que ele perdeu?
- Outro erro do técnico: por que Maxi ficou fora do banco? Um atacante veloz e driblador é muito mais eficiente contra uma defesa fechada do que chutões desesperados vindo da zaga.
- Que caia um raio na cabeça do rubro-negro que sempre defendeu o Egídio.
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