sexta-feira, 30 de maio de 2008

CartolaFC: o nome cai muito bem



Hoje eu ia postar um texto que escrevi elogiando o CartolaFC – pra quem não conhece, um “fantasy game” em que você monta seu time e ganha pontos e prêmios de acordo com o desempenho dos jogadores na vida real, na série A do Brasileiro – mas sou obrigado a mudar o teor da conversa.

O jogo, de fato, é muito divertido e eu confesso que sou viciado desde o ano passado, quando me cadastrei. Eu conto nos dedos os dias até a próxima rodada. Só que depois da última (3a) estou reconsiderando essa minha devoção.

O caso é o seguinte: por causa de um erro no jogo, todos que haviam escalado o técnico do Atlético-MG na 2a rodada não conseguiam salvar o time pra rodada seguinte. Milhares de jogadores deixaram de fazer pontos e perderam posições preciosas nas ligas por causa disso. E o que a administração do site fez? NADA, absolutamente NADA. Assim mesmo, em maiúsculo, porque sequer escreveram uma linha sobre o problema no blog. E é esse descaso que me revolta.

Ora, erros acontecem o tempo todo e sempre vão acontecer. Ninguém gosta disso, mas todos entendem. O problema é a maneira como esses erros são tratados.

No ano passado, na 2a rodada do Brasileiro, vários jogadores do Cartola tiveram problemas com a escalação do Jorge Wagner do São Paulo, que foi trocado de Meia pra Lateral. A postura da organização do CartolaFC foi exemplar: relataram o problema no blog, avisaram que estavam buscando a melhor solução possível e, finalmente, decidiram anular a rodada. Vejam bem, anularam a rodada inteira porque não seria justo que alguns participantes perdessem pontos por causa de UM jogador.

Mas o pessoal responsável pelo site faz jus ao nome de Cartola e sequer uma explicação se preocuparam em fornecer. Pior, ignoram a existência do problema e os próprios usuários, que passaram a semana inteira reclamando nos comentários. Uma falta de respeito imensa e inimaginável nos dias de hoje em qualquer iniciativa que tenha um pingo de seriedade.

Eu fui muito prejudicado. Perdi 14.000 posições na Liga Nacional e outras centenas em ligas importantes, muitas das quais eu liderava, com quase 1.000 participantes cada. Mas vou continuar jogando porque quero ver como a história vai terminar.

Em todo o caso, já tenho um substituto: o Eu Futebol Clube, do ClickRBS, que funciona nos mesmos moldes, mas com detalhes e prêmios muito mais interessantes (o único porém é a interface pouco amigável). Esse vai ser o meu destino enquanto ficar evidente que “seriedade” no futebol não combina com cartolas de nenhum tipo – mesmo os de mentira.

Tchau, vices!

Que bela quarta-feira de futebol nós tivemos essa semana. Houve coração, amigo. No jogo mais importante da noite, o Flor conseguiu um belo empate contra o temível Boca Juniors, mesmo sem fazer uma partida espetacular. Foi eficiente no ataque e na defesa, ajudado pelo seu goleiro e pelo adversário, e agora chega no jogo de volta em situação confortável. Vamos ver se vai ter inteligência pra jogar como deve no Maracanã.


Nos jogos da Copa do Brasil, Botafogo e Vasco caíram de mãos dadas, os dois nos pênaltis. Dizem que foi obra do destino, porque os dois times nunca poderiam fazer uma final, sob o risco de um colapso paradoxal no tempo-espaço – o Flamengo acabaria campeão mesmo sem jogar o torneio.

Eu acho que foi obra do Edmundo mesmo. Claro, se o Vasco levou o jogos pros penais o mérito é todo dele, que anda fazendo bastante gol e ainda tem futebol pra desequilibrar um jogo difícil. Mas quantas vezes ele ainda precisa fuder o Vasco pra colocar na cabeça que não sabe bater pênalti? Nesse ponto, porém, o vascaíno já pode ficar mais tranqüilo: pelo visto, o Edmundo finalmente já está careca de saber.


Quanta alegria pros flamenguistas! Puderam ver o castigo da bola sobre os dois rivais que tanto fizeram graça quando caímos na Libertadores. Os botafoguenses, que chegaram até a beber pra comemorar, acabaram tomando também depois do jogo de quarta. Só mudou a bebida: saiu o vinho tinto e entrou um drinque japonês, o “Noku”. E pelo visto não tomaram pouco, tanto que o Cuca nem voltou pra trabalhar no outro dia...

Cuca: ninguém chorou mais pelo Botafogo

Agora o negócio é torcer pro bom time do Sport. Chega de segunda divisão ganhando a Copa do Brasil. Além do que, eu odeio o Corinthians e os pernambucanos, com as cores do Mengão e o apelido do Avaí, despertam minha simpatia – aliás, a polêmica de 87 de forma alguma deveria ser atrito entre Flamengo e Sport, já que a confusão foi feita pela CBF e os dois times tem o seu direito na história. Por isso, boa sorte aos colegas xarás do nordeste!

E como domingo tem FlaxFlu (bem mais Fla do que Flu, diga-se) deixo aqui meu palpite pro clássico: 3x0 Flamengo, gols de Souza, Fábio Luciano e Diego Tardelli.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Hoje é dia de torcer


Dá-lhe FlaBoca!

Dá-lhe Fluzão!

No clássico com o mais elevado teor homoerótico do futebol brasileiro, deu quem mais queria dar: Fluminense. Mesmo sem cair de quatro, o São Paulo levou uma bela comida. Foi uma vitória épica, histórica e inédita, daquelas que todo mundo sonha em ver para o seu time - e só por isso eu usei "Fluzão" ao invés de Flor no título.

Eu sempre torço contra nossos rivais, mas confesso que gosto quando qualquer time carioca ganha de qualquer time paulista. É sempre bom ver aquele bando de torcedores arrogantes e bairristas da imprensa descendo do pedestal. Por isso até que fiquei feliz. E agora que tudo voltou à normalidade e eu voltei a secar o Flor como de praxe, devo continuar feliz por mais algum tempo. Porque se depender do salto alto tricolor, a queda na Libertadores vai doer bastante.

Depois do jogo, Renato Gaúcho saiu falando por aí que era "derrubador de tabus" e que "o Boca entrou na 2a fase pela porta dos fundos". Menos, por favor, menos. Gosto do Renato, acho legal esse jeito de técnico que fala o idioma do jogador e que empurra o Valdir Papel, mas ele já começou a se deixar levar pelo momento e já está falando demais. Podem até defendê-lo dizendo que ele apenas quer passar confiança ao elenco, mas pra mim isso não passa de material pra torcida adversária fazer piada depois que o time for desclassificado.

O negócio é que o Boca Juniors não leva vantagem apenas por ser mais experiente; é também "não brasileiro". Isso significa que não acha que jogar fora de casa é um bicho de sete cabeças, muito pelo contrário. Parece até que se sente melhor no campo do adversário.

Por isso, é bom que os amigos tricoletes se lembrem de que botar as barbas de molho é um ingrediente essencial na receita de cada grande conquista. Caso o contrário, a Fla-Boca é que vai acabar lembrando uma porção de coisas depois da eventual queda na Libertadores.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Torço, mas não acredito




Ora, ora, quem diria. E não é que o BEC voltou? Com o nome espertinho de "Blumenau Empreendimentos Comunitários" e escudo parecido (igual - não esse da foto), lá vem ele de novo. Mais uma vez.

Não sou apenas cético em relação à volta do BEC. Sou também crítico. Se dependesse apenas de mim, o time não voltaria de jeito nenhum. Pelo menos não agora. Blumenau (ainda) não tem espaço pra duas equipes de futebol. O interesse é baixo e o investimento menor ainda. Imaginem dividido por dois.

Acho que a saída seria apostar no Metropolitano por mais algum tempo. As cerca de 20 micro e pequenas empresas deveriam investir no Verdão, ajudar a torná-lo um time forte. Assim, os resultados viriam, o futebol da cidade se fortaleceria e atrairia a atenção de investidores de fora. E aí sim o terreno estaria pronto pra receber outra equipe. No caso, o BEC.

A torcida, claro, não deve concordar com isso. Aliás, pra mim ainda é engraçado em falar em torcida. Na época em que o time ainda existia, isso nos meus 14, 15 anos, ninguém era torcedor do BEC. Ele era uma espécie de alívio cômico entre flamenguistas, vascaínos, são paulinos, corintianos e afins, uma piada constante em discussões sobre que time era melhor. "Ah, o melhor do Brasil é o BEC!" e todo mundo ria. A gente ia pro estádio assistir os jogos e não tava nem aí se ele ganhava ou perdia.

Então imaginem esse tipo de torcedor, que existe em bom número, que nunca levou o BEC a sério, que acompanhou as idas e vindas fracassadas do time nos últimos anos, que viu o Aderbal Ramos da Silva ser demolido, recebendo a notícia de que o saudoso Blumenau Esporte Clube, digo, Blumenau Empreendimentos Comunitários, voltou. Vai ficar surpreso, sem dúvida. Mas vai ficar também cético e desinteressado. Ou alguém acredita que a cidade inteira vai prestigiar o Estadual da Divisão de Acesso - a Terceira Divisão catarinense - e os embates contra times como Videira e Xanxerê?

Não quero ser desrespeitoso. Entendo como é torcer pra um time de futebol. Mas pra mim, trazer um clube de volta pra vê-lo cambalear durante 6 meses até acabar completamente, uma vez, duas vezes, três vezes, é a pior forma de macular as glórias do passado.

Torço pra que esse não seja o destino da atual encarnação do BEC. Mas sinceramente não acredito que as coisas serão diferentes.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Quase lá

O Flamengo finalmente está no ponto. Não em matéria de futebol jogado, mas no que diz respeito à distância que caminhou jogando esse futebol: aquele ponto clichê onde uma ou duas partidas definem o resultado de um semestre ou mais de trabalho – um clichê bom, diga-se, já que ele é exclusivo dos times vencedores. Lá no Vasco, por exemplo, ele é conhecido como “reviravolta inesperada”, assim mesmo, com pleonasmo, pra ver o grau de desespero em São Januário.

Se o Joel diz que vai jogar com time misto, eu digo que acho errado. Da mesma forma que achei quando ele escalou o Marcinho de atacante contra o Nacional no Rio e o time do ano passado pra grande (e alta) partida em Cuzco, mais de 3.000m acima do bom senso. Eu nem mesmo gostei muito quando o Papai chegou ano passado. Então se eu acho errado, tá tudo certo. É a maior conquista de Joel Santana na sua última passagem pelo Flamengo: o benefício da dúvida.

A idéia de um bom resultado na quarta e um título no domingo é tentadora, sem dúvida alguma. E possível. Temos bons reservas. Poupando Ibson, Renato Augusto, Souza e Kleberson, o Flamengo poderia entrar tranqüilamente com Jaílton, Gavillan, Jônatas e Maxi, time suficiente pra sair de lá com uma vitória. E de lambuja ainda podia substituir os laterais no intervalo. É possível, muito possível.

É claro que o time vai sentir o cansaço na partida de domingo e também é provável que esse detalhe nos custe a vitória. Mas discordo de quem diz que o placar de 1x0 na semana passada foi pouco e que o Botafogo é favorito.

Pra começar, clássico é clássico, como versa o Vasco. Nossos últimos cinco Cariocas foram conquistados em condições adversas contra equipes superiores, ao passo que nas principais derrotas do Fogão no ano passado, eles eram “o time a ser batido”. Além disso, eles devem manter a fama de time mais “no limite” do Brasil. Vão entrar pilhados demais, nervosos, correndo que nem loucos. O Flamengo pode fazer disso um trunfo. Não podemos esquecer também do grande reforço do Juca Kfouri, o pé-frio mais jornalista do Brasil, que logo tratou de passar o favoritismo pro pessoal de General Severiano. Valeu, Juca!

E se a gente perder? Ora, falando sério, quem liga pro Carioca?

Carioca 2008 - 1º jogo

Não existe alegria maior para um flamenguista do que ver o time ganhar com um gol de Obina. É a celebração do folclore que apenas um esporte como o futebol, onde um único lance pode mudar os rumos de uma partida inteira, pode proporcionar. Gordo, engraçado e longe – muito longe – de ser unanimidade, mais uma vez ele entrou em campo e fez o seu papel, dando ao Flamengo uma vitória importantíssima.


O jogo tinha tudo pra acabar no 0x0. Ambos os times estavam excessivamente cautelosos e nervosos. O Botafogo sofria pela falta de elenco, esbarrando nas limitações dos quatro reservas escalados como titulares. No Flamengo, Juan e Toró corriam em dobro pra compensar a falta de futebol dos dois melhores jogadores do time, Ibson e Léo Moura. O meio-de-campo foi disputado à foice, na correria, rareando os bons lances ofensivos para os dois lados.

Com 16 minutos, o segundo tempo já havia sido muito melhor que o primeiro, com várias chances claras de gol. O Flamengo chegou com Souza logo aos 2min, num arremate que o titular Castillo com certeza aceitaria, enquanto o Botafogo conseguiu se organizar e criar mais, levando perigo em bolas paradas e acertando a trave numa jogada genial do zagueiro Eduardo.

O lance que decidiu o jogo, porém, não começou nos pés de nenhum jogador do Flamengo, mas nas mãos de Joel Santana, que tirou um volante e deixou o time com inacreditáveis quatro atacantes em campo aos 30min (Souza, Obina e Diego Tardelli, com Marcinho mais recuado). Num drible equivocado de Eduardo (o mesmo do lance genial), Léo Moura teve um lampejo de Léo Moura e fez um excelente longo passe para Tardelli, que teve um lampejo de jogador de futebol e cruzou para Obina, que foi apenas Obina ao empurrar a bola para as redes quase de carrinho, sacramentando a vitória do rubro-negro. Agora o Flamengo está a apenas um empate do bicampeonato carioca.

Notas:
  • Ibson fez uma das piores partidas do ano, o que acabou refletindo no desempenho do time. 2008 não começou bem pra ele, que precisa mais do que nunca do apoio da torcida.

  • Tardelli afirmou depois do jogo que tentou chutar no lance do gol. Então, é oficial: ele errou tudo o que tentou na partida.

  • Souza definitivamente encontrou seu futebol atuando como segundo atacante, exercendo a função de pivô. Se movimenta, segura a bola no ataque, dribla e serve bem os companheiros. Só que precisa urgentemente da companhia de um atacante veloz.

  • Um bom reforço para o Brasileiro para a dupla com Souza: Nilmar ou Dagoberto . O colorado está insatisfeito no Inter e tem entrado em atrito com o técnico Abel Braga; o tricolor poderia vir numa negociação envolvendo o zagueiro Rodrigo.

  • Marcinho, apesar dos gols, não tem cacoete de atacante. Com mais disposição, o Tardelli bota ele no banco fácil. Kléberson ainda não teve uma grande atuação com a camisa do Mengão. Renato Augusto é imprescindível para o meio-de-campo.

  • O Flamengo precisa urgentemente começar a chutar a bola de fora da área. O time desperdiça muitas jogadas ensebando com passes pro lado na entrada da área adversária e tentando cruzar a bola pra um Souza no meio de três defensores.

  • Obina tem estrela. Os torcedores rivais costumam usá-lo para nivelar o Flamengo por baixo, mas a verdade é que ele já foi decisivo inúmeras vezes. Em 2007, o destino de vários times teria sido muito melhor se eles tivessem um Obina no elenco, um jogador que entra e faz o serviço - Botafogo, Palmeiras e Corinthians que o digam.

A decisão do próximo domingo promete, com o perdão da expressão, pegar fogo. Enquanto o Flamengo enfrenta uma desgastante viagem até o México, o Botafogo tem a semana inteira para se focar na decisão. Com a saída marcada, Joel Santana encara nos próximos dias a encruzilhada que definirá como o trabalho dos últimos meses ficará marcado na memória dos milhões de flamenguistas. O “Papai” chegou no momento decisivo, naquele lance que pode mudar os rumos de uma partida inteira. Agora é esperar pra ver se ele vai ser Eduardo ou Obina.

Recordar é viver #1

Depois que comecei a escrever sobre o Flamengo em 2007 (tijolo que me deu dor de cabeça e me obrigou a parar na metade), lembrei que ainda não tinha falado sobre o título no Carioca do ano passado. Já faz quase um ano e não tem mais toda aquela empolgação, mas mesmo assim resolvi contar a história.

Era 2007 (bons tempos) e naquele ano minha Tchuca foi fazer um curso em Porto Alegre. Todo mês ela tinha que viajar pra lá e me convidou pra ir junto algumas vezes, porque eu ainda não conhecia a capital gaúcha e sou ótima companhia. E porque ela odiava ficar lá sozinha o fim de semana inteiro, na parte feia da cidade (onde gordas te atacam na rua). Eu aceitei, porque adoro viajar e andar de ônibus, e prometi ir na próxima vez. E só fui descobrir que a próxima vez caía bem no dia do jogo do Flamengo quando já estava de passagem comprada e palavra dada.

A maior parte do meu tempo em Porto Alegre foi ocupada com esforços para achar um bar que passasse a final do Carioca (o resto se dividiu em Sgt. Peppers Bar, a leitura de "Belas Maldições" e fugir de uma gorda na rua). Mas como todo mundo sabe – e eu também sabia – futebol fora do Rio Grande pra gaúcho é como o resto do mundo pros Estados Unidos: não existe. Como não ia rolar de ver o jogo por lá, aproveitamos para voltar mais cedo pra Blumenau, às 13h30 (chegando às 23h), e fui obrigado a viajar com frio na barriga. E com um velho gremista que ouvia a final do Gaúcho num radinho e gritava “Iuuuuu-hul” a cada gol do Grêmio contra o Juventude (foram quatro na viagem toda) e com o vocalista dos Acústicos&Valvulados.

Quando o ônibus fez a primeira parada, pude ver na televisão que o jogo do Mengo estava 0x0 e no intervalo. Menos mal. O Botafogo era um time melhor e um empate no primeiro tempo não era de todo ruim. O jogo reiniciou, mas não deu pra assistir nem um minutinho porque já era quase hora de ir embora. Quando eu estava no caixa pagando meu lanche, vi o Juan partindo pro ataque, escapando do marcador e cruzando pro Souza. Gol! Quase explodi de felicidade, mas comemorei com moderação e gritei bem baixo, afinal estava num lugar público cheio de gente. Mesmo assim minha Tchuca falou que ficou com vergonha do escândalo que eu fiz. 
Vai entender...  E ainda brigou comigo porque larguei dinheiro e mercadoria no caixa, sem supervisão, pra correr pra frente da tevê.

Eu nem liguei, afinal era só alegria. O Flamengo ia ganhando do Botafogo, o temido Carrossel, o supra-sumo do futebol, do poderoso alvinegro que parecia olhar com desdém para todos os outros times, em cima de um pedestal com seus jogadores de nomes compostos e apelidos de duas sílabas.

Aí, o balde de água fria.

Eu tinha incumbido o Peru de me atualizar via SMS do andamento do jogo. Até então ele vinha fazendo um péssimo trabalho e só havia me mandado duas mensagens: 0x0 e 1x0. De repente, chegou mais uma. Pensei na hipótese de outro gol nosso. Improvável. Era o Flamengo de Ney Franco. Tinha tudo pra ser gol do Botafogo. Enquanto ia tirando o celular do bolso, até me conformei com a possibilidade. Seria apenas normal, até esperado. Inesperado mesmo foi ver que a mensagem não era do Peru, e sim do Homer, e dizia exatamente o seguinte:

hahahaha Fla 1x2 Bota c fudeu !!

Era inacreditável. Inacreditável, imensurável, inconcebível! Não sabia o que pensar na hora. Fiquei totalmente desnorteado. Como, meu Deus, como passamos um tempo inteiro sem tomar gols e apenas poucos minutos depois de abrirmos o placar levamos a virada? Assim, direto, sem ao menos empatar? Porra, virou jogo de basquete? O frio na barriga, que tinha aliviado, virou uma borboleta. E eu comecei a ficar com raiva do velho gremista, que já estava mais ou menos no terceiro “Iuuuuu-hul”.

Foi quando aconteceu. A magia aconteceu.

Do nada, comecei a me sentir bem. Passou borboleta, passou tudo. Comecei a me sentir confiante, a acreditar na vitória do Flamengo. Foi bem estranho. Era como se eu tivesse a certeza de que tudo ia dar certo no final. Um sentimento súbito e altamente questionável para alguém que torce pra uma zaga formada por Moisés e Irineu. Segui confiante, dizendo pra mim mesmo que seríamos campeões. De repente, o telefone toca. Era meu pai, avisando que o Flamengo tinha empatado. Golaço do “Ronaldo” Augusto.

Depois disso foi difícil segurar a empolgação. Aquela confiança repentina se transformou em certeza absoluta - ou quase. Afinal não é simplesmente "tenho certeza que vamos ganhar, que bom" virar a cabeça e dormir. Eu tinha que saber como ia acabar o jogo. Mas como o Peru mui gentilmente não cumpria a parte dele do acordo, fui obrigado a telefonar pedindo uma transmissão ao vivo das cobranças de pênalti. E nas defesas do Bruno, eu vi (ouvi) minha certeza se confirmar definitivamente e finalmente pude devolver os “Iuuuuu-hul” pro velho gremista. Flamengo campeão!! Mais uma vez!! Choooooooora Bostafogo!!

E foi assim que o 29º título Carioca do Flamengo foi pra mim. Até hoje o pôster do título é o papel de parede do meu computador. Uma lembrança do jogo que não assisti e do qual sempre me lembrarei.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

FlaBaderna no ar



Fiquei ansioso e abri o novo blog mesmo tem ter um nome escolhido. Botei FlaBaderna porque não consegui pensar em nada melhor por enquanto. E vai ser um nome provisório, afinal eu pretendo dar uma incrementada no visual.

Enquanto isso tudo não acontece, vou postando normalmente. Primeiro vou colocar as postagens antigas do outro blog, aí depois vou colocando coisa nova - inclusive as contribuições do meu colaborador, um grande rubro-negro e conhecedor de futebol.

Aproveitem, galiera.