quarta-feira, 18 de junho de 2008

Seleção Brasileira: e eu com isso?

É uma palhaçada.

A Seleção Brasileira é apenas um reflexo do que já acontece há um bom tempo no futebol do País. Uma entidade comanda nosso futebol de maneira soberana e não enfrenta resistência por causa da vaidade e egocentrismo dos nossos cartolas e do próprio povo brasileiro.

A CBF é isso, o Ricardo Teixeira é aquilo, mas aí o São Paulo é campeão e lança uma camisa escrita "penta único". De repente, não interessa se a Confederação atropelou o bom senso e o acordo firmado com o Clube dos 13 em 87 ou se a relação com o Flamengo sempre foi boa: o que importa é enaltecer o seu feito, como se o futebol brasileiro girasse ao redor de um ou outro clube apenas.

Claro que quando o Corinthians brota no Mundial sem ganhar a Libertadores e ganha o título, aí vale a pena passar horas pesquisando motivos históricos, operacionais e técnicos pra mostrar como o campeonato não valeu nada, como a CBF e a Fifa não tiveram bom senso, como não honraram o esquema de disputa do Mundial.

Do mesmo jeito que vale pro Palmeiras criticar até hoje o São Paulo e o envolvimento com a política, quando teria recebido o Morumbi e diversas vitórias de presente, enquanto assiste de camarote Ricardo Teixeira tentando transformar uma Copa Rio da década de 50 em mundial pra agradar o José Serra.

Politicagem que deixa indignado o Fluminense, também campeão da Copa Rio, que não recebeu ajuda na reivindicação do mundial e não teve motivos pra abrir um champagne, como fez com a virada de mesa em 96 e 2000, quando o time não caiu e subiu da Série C pra A do Brasileiro. Virada de mesa que deixa indignado o Grêmio, que caiu em 2004 e sem o benefício de alguma manobra foi obrigado a jogar a Série B. O mesmo Grêmio que ficou em 11º na segundona de 1991 e só subiu no ano seguinte por armação de bastidores.

E o torcedor, o mesmo que hoje despreza e se lamenta pelo futuro da Seleção Brasileira, é o mesmo são-paulino que aplaudiu o “penta único”, o mesmo palmeirense que torceu pelo “mundial”, o mesmo tricolor que tomou champagne em 96, o mesmo flamenguista, vascaíno, gremista, colorado, santista que a cada ano resolve esquecer as lambanças da CBF pra poder começar a semana rindo do time do colega na no trabalho, na escola, na rua.

E no circo do futebol brasileiro, enquanto o público tiver seus 5 minutos de alegria, de vantagem, vai continuar aplaudindo. E enquanto o público aplaude e ganha o “panis”, o “circense” continua faturando, enchendo os bolsos. É, sem dúvida, uma palhaçada.

Mas quem são os palhaços da história?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Brasileiro: a obrigação também é nossa

É natural que a torcida do Flamengo tenha ficado traumatizada com a derrota na Libertadores. Também é natural que, por causa disso, exista uma cobrança maior sobre o time. Mas tenho muitas ressalvas à essa história de "Brasileiro é obrigação".

Nossa torcida sempre fez a diferença apoiando, nunca bravinha, batendo o pé, cruzando os braços e cobrando. Não podemos cair na armadilha fácil que é alimentar nossa raiva e querer descontá-la em todos os jogos, em cada erro. A Libertadores já acabou faz muito tempo! Vaias e reclamações exageradas podem criar um clima tenso desnecessário entre time e torcida, exatamente o tipo de coisa que pode nos custar o título. E quem vai sofrer mais com isso? Os jogadores, que em poucos meses vão embora pra outros clubes, ou nós, torcedores, que vamos continuar sem o hexa?

Foi importante demonstrar a nossa indignação, mas a hora agora é outra. Estamos no momento em que a única coisa que importa é apoiar, cantar sem parar até o adversário entregar os pontos. Se a obrigação do Flamengo é ganhar campeonato, então vamos fazer a nossa parte e tornar as coisas mais fáceis.

F de Ffffurrra! F de Flamengo, amiiiiigo!

Incontestável.

Eu poderia simplesmente deixar o post assim, com a poesia de apenas uma foto e uma palavra, mas nunca que eu ia perder de comentar uma apresentação do Flamengo digna dos adjetivos mais rebuscados: soberba, magnífica, supimpa!

Foi simplesmente fantástico. Saía gol toda a hora. E todos gols de bom futebol, nascidos de jogadas bem trabalhados por tudo que é setor do campo. Um verdadeiro espetáculo pra torcida!

Podem dizer que o Figueirense não é parâmetro, mas eu discordo. Ora, é possível tirar muitas conclusões de um time que faz o que se espera dele. E o sentimento antes do jogo era esse: o Flamengo tem elenco e futebol pra golear um adversário desse nível. E foi o que aconteceu.

Agora a parada é mais complicada. O adversário é o atual campeão brasileiro e responsável por levar o legado de Walt Disney adiante, o São Paulo. Muita gente ainda teme o tricolor paulista e cheguei a ler comentários absurdos de que "0x0 é goleada". Menos, galera, bem menos. Eles não são nenhum Figueirense, é verdade. Mas também não são nenhum Flamengo.

2x0 é o meu palpite.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

V de Venezuela, amiiiiiigo!

E o técnico Dunga continua colecionando recordes à frente da Seleção Brasileira. Hoje, conseguiu impor ao time canarinho a primeira derrota para a Venezuela na história. E o mais legal é que foi tudo muito imprevisível. Antes do jogo, ninguém imaginaria que o time venezuelano ia acabar botando nos anais brasileiros.

Mas alguém se importa?

A resposta, de eu para mim mesmo: faz tempo que não. Claro que na final da Copa América a gente chamou a galiera aqui em casa e eu botei uma das cervejas classudas que ganhei na minha formatura pra gelar no freezer, mas era contra a Argentina, era exceção. Até as nossas mães assistem jogos desse naipe. Na verdade, o que está acontecendo - ou se consolidando - é um processo de embundamento da Seleção.

A CBF pode ser tudo que dizem, mas incompetente ninguém pode acusar a entidade de ser. Quando resolveram deixar o futebol em segundo plano e acabar com a Seleção, fizeram bem feito. Pegaram o maior time do planeta, pentacampeão, recheado de estrelas e transformaram num bando, um amontoado de jogadores medianos comandados por um fantoche. Conseguiram até a proeza de fazer os brasileiros torcerem contra! Agora somos um bando de bundões que não torce por um time mais bundão ainda!

Pior que o jogo de hoje foi atípico, no sentido mais Ney Franco da palavra. Um campo do tamanho de uma quadra de futebol society três-na-linha-e-um-no-gol, a Venezuela com 3 finalizações e o Brasil com 20 no final do jogo. E deu dois a zero pra eles. O Diego acertou a trave numa bicicleta e o Adriano quase fez um gol de calcanhar. Mas no fim das contas, esse embate Venezuela x CBF foi apenas amistoso que nada significa, onde os dois lados foram extremamente competentes no que vem tentando fazer há muito tempo. Curiosamente, os dois com o mesmo objetivo: fuder a Seleção Brasileira.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Agora é Fla-LDU

Foi como no Flamengo x América. Comecei vendo o jogo no mesmo lugar, não assisti um pedaço porque fui tomar banho e terminei vendo o final do segundo tempo também no mesmo lugar. E mais uma vez, o time pro qual eu torcia, que havia jogado melhor, perdeu.

Agora o Flor chega à final da Libertadores contra o LDU do Equeador e deixa a gente, não-tricoletes, com a mesma impressão que tivemos em 97 com o Cruzeiro, em 98 com o Vasco e em 99 com o Palmeiras: sem dúvida alguma, o time brasileiro vai ser o campeão.


É um grande feito, merecido, parabéns aos tricoletes, blá blá blá, mas não me venham com aquela ladainha de que o Fluminense joga o futebol bonito, bom de se ver. Por favor. É uma das maiores barrigas dos cronistas esportivos. Parece que eles simplesmente lêem a escalação antes do jogo, vêem o resultado depois e decidem “nossa, como é plástico esse futebol do Flu, que belo espetáculo!”.

O time do Renato Gaúcho foi completamente dominado pelo Boca. Tanto lá quanto aqui. Ganhou porque teve competência, claro, mas principalmente porque teve sorte. Se foi sorte de campeão ainda não tem como saber, mas que teve muita, teve. Vamos analisar a semifinal: dois gols lá, um de bola parada e um frangaço do goleiro argentino. Três gols aqui, um de falta, outro num chute ridículo que desviou na zaga e enganou o goleiro e outro que o zagueiro passou a bola quase dentro da área pro Dodô. Isso é jogar bonito?

De qualquer forma, se eles acabarem campeões nem vou ficar muito incomodado. O pior já passou, com o Vasco em 98. Se tiver que ser, será e ponto final. E viva o futebol do Rio! Mas se não for, melhor ainda. Torço pra isso.

Então, boa sorte ao Fluminense na decisão. E tomara que perca.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Hoje é dia de torcer. Torcer pra caramba.

O futebol é mesmo uma caixinha de surpresas. Quem diria que um time da Série C, de Terceira Divisão, em menos de 10 anos chegaria a uma semifinal de Libertadores fazendo frente a um time grande, o todo-poderoso Boca Juniors? É o melhor dos esportes, sem dúvida.

Se o Fluminense passar, garante mais alguns feitos inéditos para a história do clube: vai ser o primeiro time brasileiro a desclassificar o Boca no torneio desde o Santos de Pelé e encarar uma final de Libertadores pela primeira vez na história. E correndo o sério risco de ser campeão.

Por isso, hoje é um dia especial pra torcer. Dá-lhe FlaBoca!

Biriba Momento

Uma que tinha esquecido de copiar do outro blog.

Luciano Bebê admite interesse em defender Criciúma
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2008/interna/0,,OI2889640-EI11422,00.html

Duvido que seja um bom negócio. O Tigre está num momento complicado, deveria investir num jogador mais maduro. Futebol tem que ser levado a sério, não é brincadeira de criança, não. Se não deixar isso claro, é capaz do cara só mamar na teta do clube. E já pensou se ele põe tudo a perder por causa de um lance infantil? Vai abrir o berreiro!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Santos contrata Cuca

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2008/06/02/ult59u159304.jhtm


O treinador fechou contrato para 18 meses e deve receber de salário o mesmo que ganhava no Botafogo – vai trabalhar de graça pelo visto, já que lá ele não ganhava nada...

Se eu fosse santista, eu ficaria feliz com a contratação. Considerando que o os concorrentes eram o Geninho e o Ney Franco (brrrr) a notícia é motivo de foguetório na Vila Belmiro. Além disso, Cuca é realmente um bom técnico, conhecido por tornar competitivos times de elencos limitados. Mas vamos ver se ele tem capacidade de montar um Santos que pode brigar pelo título ou se ele vai repetir o que fez no Bosta e montar um Santos que pode apenas brigar pelo título.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O suficiente

Jardel, um dos maiores cabeceadores do futebol brasileiro, sabia muito bem que a cabeça não é feita só pra jogar bola e tratou de presentar o mundo com reflexões e conjecturas a respeito do esporte. Na mais bela delas, reside o melhor comentário sobre o FlaxFlu do último domingo: clássico é clássico e vice-versa.

A obrigação da vitória naturalmente era do Flamengo, uma vez que o Flor entrava com os reservas em campo. Mas quando falamos d´O Clássico, aquele que teve início 45 minutos antes do nada, é impossível fazer previsões.

Fosse qualquer outro time do lado de lá, fechado na defesa, o Mengão não teria tido dificuldades pra vencer. Mas, com a mística em campo, tudo parecia conspirar contra, desde as traves do Maracanã, que parecem ter se mexido um par de vezes, até a atuação do goleiro Fernando Henrique, que pegou tudo. Isso, claro, até ele inventar de pegar a perna do Juan e ver o Leo Moura colocar um “quase” numa atuação que teria sido perfeita.  


Se uma vitória por meio a zero já seria suficiente, o Flamengo tem motivos de sobra pra comemorar, pois conseguiu o dobro. Agora Fla e Flu, com 10 e 1 ponto, respectivamente, agora ensanduícham o Brasileirão, com o tricolor em último e o rubro-negro em segundo – o Cruzeiro, pelo saldo de gols, fica de azeitona do palito.

Notas:
  • O Flamengo, apesar da vitória, jogou mal. Marcinho e Tardelli (o que foi aquilo?) são bons jogadores e marcam gols, mas costumam sumir de uma maneira impressionante.

  • É muito bom ver o Maxi em campo. É um jogador aguerrido, veloz e que parece não sentir o peso do jogo. Acho que ele tem as características de um perfeito atacante coadjuvante, do tipo Luizão do Amoroso, Sávio do Romário e Donizete do Túlio. Espero que ele seja titular no próximo – embora tenha quase certeza de que o Caio Jr. vai adiantar o Marcinho e colocar o Renato Augusto de titular.

Também vale destacar a atuação do resto do futebol carioca na rodada. O Vasco vinha perdendo pro Grêmio em casa até a noite cair e o atacante Jean entrar em campo. Aparentemente, a temporada de recuperação na clínica do Dr. Drácula, na Transilvânia, fez bem ao atacante, autor dos dois gols. Um volta animadora mas, apesar de ainda ser cedo para previsões, não é bom botar fé. Precisa mostrar muito serviço ainda pra tirar a fama de jogador chupa-sangue.

E atenção botafoguenses: chorar agora dá cadeia.