sexta-feira, 25 de julho de 2008

Puta que pariu!

Não me agrada muito começar um post de sexta-feira com um xingamento, mas era isso ou “Jesus Cristo”. E eu que não vou brincar com forças superiores - seja Deus, Buda ou Alá – em véspera de clássico. Então vamos de puta que pariu: puta que pariu, Grêmio! Puta que pariu, Figueirense!


Quando eu parei de acompanhar o jogo pela internet (no Terra, já que o Globo.com SEMPRE dá erro no segundo tempo) estava 3x1. “Que surra”, pensei, e fui tomar banho. Aproveitei pra fazer a barba e acabei demorando mais do que o costume. Quando saí, minha mãe perguntou se eu sabia quanto estava o jogo do Figueira. Quando ela me disse o placar, achei que tinha se enganado, que tinha ligado a TV de repente e visto o número de escanteios. Mas era aquilo ali mesmo. Inacreditáveis sete gols, que brotaram como que por milagre.

Agora o Grêmio passou o Flamengo e é o novo líder. Justo. Tem um bom time, que vem jogando muito bem. Mas pra mim, a principal diferença entre o tricolor gaúcho e o rubro-negro carioca é a atitude. Enquanto o Flamengo entra em campo com certa cautela, demorando pra se impor, o Grêmio assume o futebol que tem e vai pra cima. Tem mentalidade de time vencedor, ímpeto. O Flamengo respeita demais os adversários; o Grêmio, acima de tudo, se respeita.

Ainda assim, acho que o time do Celso Roth é meio fogo de palha. Tipo o Vasco ano passado. Ainda acho que falta elenco. E Celso Roth é Celso Roth. A queda deve começar, no máximo, na 5ª rodada do returno. Mas mesmo assim, parabéns ao Grêmio pela excelente campanha até aqui e, claro, pelo excelente resultado de ontem. E parabéns também ao Figueira. Não é qualquer time que consegue a proeza de levar 7 gols em casa no Campeonato Brasileiro.

O Avaí não conseguiria.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Que fase!



Quando a fase é ruim, parece que tudo conspira contra. Não tem jeito. O Flamengo tinha tudo pra ganhar da Portuguesa ontem, mas esbarrou em um campo tenebroso, um arbitragem ruim e nos erros excessivos da equipe. E claro, na má fase.

Não tem outra forma de explicar. O jogo talvez não tenha sido um primor técnico, mas foi muito bom de assistir. O Flamengo foi pra cima e abriu o placar com Ronaldo Angelim (num toque de mão involuntário). Aí em seguida, começou a palhaçada. Primeiro no pênalti extremamente duvidoso marcado pelo árbitro. Depois, na cobrança. Diogo deu paradinha, o Bruno caiu do lado certo e pegou. Totalmente equivocado, o bandeirinha mandou repetir.

Essa regra que proíbe o goleiro de se adiantar em pênalti até faz sentido. Se o cara corre pro meio da pequena área realmente atrapalha o batedor. Mas e se o adiantamento acontecer POR CAUSA do batedor? A paradinha não é feita justamente pra deslocar o goleiro antes de tocar na bola? O cara corre pra bola, finge que vai bater, o goleiro cai pra um lado e daí é só tocar no canto aberto. Sempre foi assim! Só que aí o Bruno acaba caindo pro lado certo, defende a cobrança e de repente não vale? Quer dizer então que pênalti com paradinha SEMPRE vai ser gol? Marcação absurda do banderinha!


Mesmo assim fomos ao ataque e Ibson, que vinha jogando bem, colocou o Flamengo de novo na frente. Melhor impossível. Só que nem deu tempo pra comemorar. Logo no início do segundo tempo, num escanteio inventado pelo árbitro, o graaaaande Jaílton fez outro pênalti. Complicado, muito complicado.

Empatado, o jogo continuou movimentado. Bruno fez duas grandes defesas e Sérgio fez um milagre num chute a queima-roupa do Ibson. E o graaaaaande Diego Tardelli resolveu aprontar mais uma das suas e ser expulso de novo, tentando fazer um gol de mão. Inacreditável. Aí ficou complicadíssimo.

Só que o Flamengo foi pra cima assim mesmo e colocou a Portuguesa num sufoco. E aos 42, pênalti em cima do Juan. Pênalti que o Ibson conseguiu perder duas vezes, porque o mesmo bandeirinha do 1o tempo mandou repetir a cobrança de novo. Aliás, se fosse realmente justo, mandaria repetir também a segunda cobrança, em que o goleiro se adiantou também. Mas eu acho que se o Ibson tentasse 10 vezes, erraria as 10. Porque contra árbitro, gramado ruim e jogador expulso tu até tem uma chance. Mas contra fase ruim, não dá pra fazer nada.

Notas:

  • Não foi uma partida ruim do Flamengo, que conseguiu se impor em campo mesmo com um a menos, mas o time ainda está errando demais. E francamente, fazer dois pênaltis num jogo é pedir pra perder. Coisa de time amador!
  • Nem sei o que falar do Tardelli. O cara até vinha fazendo uma boa partida e de repente resolve botar tudo a perder com uma patética tentativa de gol de mão – que aliás, não tinha a menor chance de entrar e de o juiz não ver. Merece ser afastado. Um jogador tão despreocupado com o time não pode vestir o manto num campeonato como o Brasileiro
  • Obina apagadíssimo, Souza na mesma história de “fazer pivô e não gols” e Éder perdido e nervoso. O melhorzinho é o Maxi, que nunca joga. Precisamos de um atacante!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Genial

Essa eu vi nos comentários do blog do Rica Perrone:


"Agora que a Dercy morreu, a única coisa com mais de 100 anos que arranca gargalhadas é o time do Corinthians".

De novo?!?

Quantas vezes o time do Flamengo ainda vai entrar em campo no Maracanã apenas pra decepcionar a torcida? Quantas vezes vai perder um jogo que tinha plenas condições de ganhar por causa de um injustificado nervosismo, uma tensão desnecessária? Quando time vai aprender a se portar como campeão, a se impor diante do adversário? Quando vai acabar o nosso complexo de vira-lata?


A partida de ontem contra o Vitória foi inacreditável. Um bando de jogadores espalhados pelo campo, morrendo de medo de jogar bola, só esperando pelo vacilo que traria a derrota. Foi uma atuação medíocre não apenas pelo baixo nível técnico apresentado – esse, na verdade, foi apenas um reflexo. Perdemos pela postura de derrotados que apresentamos.

Porque no Flamengo tudo é exagerado. Das especulações de contratações às declarações dos dirigentes. Até que conseguimos contornar um pouco o oba-oba que vinha sempre depois das vitórias importantes, mas o clima de enterro que segue as derrotas ainda está lá. Lamentavelmente. O time perde um jogo normal, de cabeça erguida, e pronto. Está instalada a crise. Aí o time entra em campo como time pequeno, joga como time pequeno e arranja uma dor de cabeça gigante. Ridículo.

Como sempre, os comentários vão cair em cima do óbvio: falta um meia criativo. Mas não perdemos por causa disso. Ontem faltou tudo. Uma defesa, um meio de campo e um ataque. Mais um jogador amedrontado e errando passe de 2 metros não teria nos ajudado em nada. E pelo amor de Deus, não me venham falar em Marcinho! Ao contrário do que pensam os comentaristas esportivos, ele raramente era escalado no meio-de-campo e de criativo não tinha nada.

Por outro lado, temos que lamentar novamente o péssimo nível de arbitragem do Campeonato Brasileiro. Fomos prejudicados e muito por um gol mal anulado. Mas que time, além do São Paulo, ainda não foi? Isso só mostra que o Flamengo precisa de esforçar ainda mais, porque às vezes nem achar um gol vai resolver.

Me recuso a falar em “lado bom da derrota”. Hoje, isso não existe. O Flamengo já perdeu jogos importantes demais esse ano pra ficar com esse papo de “lição aprendida”. Mas volto a bater numa tecla, pra mim a mais importante: é preciso mudar a mentalidade. É preciso deixar pra trás o complexo de vira-lata, deixar de se apequenar diante das adversidades, botar a bola no chão e se impor. Com paciência, competência e a força do time e da camisa.

Ainda somos líderes. No fundo é isso que importa, porque as derrotas viriam cedo ou tarde – num campeonato tão equilibrado, não tem como um time largar tão na frente e manter a diferença até o final. O problema é a forma como elas vieram. E em que jogos. Depois de 12 rodadas, o Brasileiro recomeça. E espero que o Flamengo tenha culhões pra assumir a postura do líder que é hoje.

Notas:
  • Caio Jr. mexeu mal substituindo Cristian ainda no 1o tempo apenas pra seguir a cartilha “sai um jogador de defesa, entra um no ataque”. A criação não melhorou e o setor defensivo ficou enfraquecido, e de quebra perdemos um dos únicos jogadores que acerta o gol chutando de longe
  • Aliás, por que o Flamengo nunca chuta de fora da área? Até o Obina, que sempre marcava desse jeito, desistiu da jogada. E o que foi o gol que ele perdeu?
  • Outro erro do técnico: por que Maxi ficou fora do banco? Um atacante veloz e driblador é muito mais eficiente contra uma defesa fechada do que chutões desesperados vindo da zaga.
  • Que caia um raio na cabeça do rubro-negro que sempre defendeu o Egídio.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

E pararam o Mengo.

Se existisse justiça no futebol, o Flamengo tinha saído de Curitiba ontem com uma vitória. Foi jogo de um time só: o Mengão atacando e o Coritiba defendendo. No nosso único vacilo, gol deles. E dá-lhe volume de jogo e posse de bola. Gol que é bom, infelizmente, nada.


Perdemos numa cochilada da defesa, num lance de acaso e na falta de futebol de jogadores que costumam ser essenciais: Leo Moura, Jônatas e Diego Tardelli. Também é verdade que precisamos de um bom meia de criação e que esse jogador poderia ter feito a diferença ontem. Mas não venham me dizer que fomos prejudicados pela venda do Marcinho!

O cara nunca foi um bom meia de criação. Aliás, desafio qualquer um a apontar uma partida onde o Marcinho não tenha feito gol, mas destruído com o jogo. Participado com passes e dribles. Não me lembro de nenhum onde isso tenha acontecido – nem no Carioca.

No mais, a derrota pro Coritiba foi perfeitamente normal. Todo time perde uma hora; ontem, foi a do Flamengo. Ainda somos líderes e vamos com tudo pra cima de um abalado Vitória. Rumo ao Hexa, galiera!


Notas:
  • Ontem era jogo pro Maxi começar de titular, sem dúvida alguma. Tomara que o Caio Jr. Tenha percebido isso.
  • ACORDA, TARDELLI!!!
  • Não vamos ter o Juan no domingo. Leo Moura vai ter que jogar por dois.
  • Excelente partida do Jaílton - mais uma. Começa a ganhar a confiança da torcida na raça, algo impensável uns dois meses atrás.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Vá com Alá

Como era de se esperar, lá se foi o Marcinho. Seduzido pelo dinheiro, vai reforçar Al Jazira, do técnico Abel Braga, lá “nas Arábia”.

Tinha quase certeza que ele ia embora. Não parece ser do tipo de jogador consciente, que visualiza a carreira a longo prazo e que sabe de como a dificuldade de adaptação e o risco do ostracismo podem ser um revés na vida de um atleta. É só mais um jogador sem identificação com clube nenhum, que quer ganhar o máximo de dinheiro enquanto ainda consegue jogar, porque sabe Deus o que vai fazer depois.

Não acho uma perda irreparável. Quem acompanha o Flamengo de longe, pode achar que a saída do artilheiro do campeonato enfraquece demais a equipe, mas isso não é verdade. O Marcinho realmente desembestou a fazer gol esse ano, mas sempre esteve longe de ser um grande jogador. Prendia demais a bola e sumia inacreditavelmente em diversos jogos. Sem contar os furos que costumava dar na pequena área...

De qualquer forma, boa sorte ao Marcinho. Ele, que já teve uma passagem frustrada na Turquia por conta dos problemas de adaptação, sabe que vai precisar. Que as putas lá sejam menos exigentes, cara!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Golaço

O bom senso falou mais alto e Caio Jr. fica. Notícia boa em tempo recorde. Pra mim principalmente, na figura de um blogueiro que não resistiria à chance de apelar para “geniais” “trocadalhos”, como o lançamento da “Campanha FiCaio” ou um post intitulado tão somente “Caio Jr” se as coisas dessem errado.

A notícia é boa principalmente porque mostra que o treinador reconhece a importância que tem um título nacional e assume a responsabilidade de levar o time até lá. E porque mudar a essa altura do campeonato - entre o fim do início e o começo do meio – poderia iniciar uma bola de neve trágica pro Mengão.

Imaginem só. O time volta de Curitiba com um empate ou derrota. Um resultado normal, visto que o Coxa ainda não perdeu em casa. Mas se isso acontece depois da saída do técnico, o resultado negativo vira um exemplo incontestável de como o Caio Jr. era responsável pela qualidade do time e de como o Flamengo está perdido sem ele. E a imprensa começa a ficar em cima. A torcida também. Começa a pressão, o nervosismo, a cobrança exagerada. E todo o bom trabalho vai por água abaixo...

Sem contar que o Caio deve assumir a coordenação das divisões de base rubro-negras a partir do próximo ano, um fato muito promissor. Já estava na hora do Flamengo começar a buscar o profissionalismo que falta pra voltar a ser grande.

Agora é se preparar para as duas próximas decisões: a permanência de Marcinho (nem tanto) e do insubstituível Juan.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A mesma praça...

Um bom empreendimento é aquele que adquire “vida própria”, que segue funcionando bem mesmo depois que o proprietário se afastou. Flamengo x Vasco é mais ou menos assim: o Mengão construiu uma história de soberania tão grande e com tanta competência que chega a dar a impressão que o Vice vai perder mesmo se ninguém entrar em campo.



Ontem as palavras do sábio Jardel não se fizeram valer. Do clima de clássico, só as arquibancadas lotadas do Maracanã, com a torcida rubro-negra, que já se acostumou a bater o recorde do campeonato, em previsível maioria. E tão óbvia quanto a presença da massa flamenguista foi a partida: um time bom contra um time ruim, o bom ganhou fácil.

Quando eu digo fácil, aliás, não digo pra humilhar, pra pisar. Digo porque foi mesmo. O Flamengo simplesmente não teve dificuldades. O Vasco parece percebeu isso logo no início e tratou de não atrapalhar muito. Não queria perder, lógico, mas jogou meio no estilo “se estupro é inevitável, relaxa e goza”.

Dizem que o Vice sempre ganha os jogos do meio do campeonato e perde os importantes. Ontem, contando Brasileiro e Carioca, foi o quinto jogo sem vitória. Pode deixar que ainda vamos gozar e muito.

Notas:


  • Ótima partida do Ibson. Dá gosto de ver ele jogar contra o Vasco, sempre vai bem.
  • Juan, pra variar, voando. Ainda bem que o técnico da Seleção é o Dunga!
  • Mais uma vez, Marcinho não jogou nada. Devido às circunstâncias até vou dar um “puta” desconto pra ele, mas o cara tem que aprender a soltar mais a bola! Solta a bola, Marcinho!!
  • A bruxa anda solta no Mengão: 4 lesionados em 2 jogos. Ontem foram Leo Moura e Jônatas. Isso mostra como é bom ter elenco.
  • Um crime o pirocóptero do Souza não ter entrado no final do jogo. Golear com o gol mais engraçado do Brasileiro teria sido tão mais legal...

Vai se Qatar!



Quando o Roger foi pro Grêmio, profetizei que ele sairia no final do ano pela porta dos fundos e escorraçado pela torcida. Tive aproveitamento de Bíblia - acertei 50%: ele realmente saiu fugido do Olímpico, mas depois de perder o Gauchão, a Copa do Brasil e de marcar quatro gols de pênalti no Brasileiro, era bem quisto pela gauchada.

O boleiro global deixou o tricolor gaúcho na surdina seduzido pelo Qatar. O Qatar, pra quem não sabe, é a nova Espanha: destino de inúmeras jovens promessas brasileiras, que logo deve se tornar outro celeiro de craques da Seleção do Dunga, a exemplo das potências Rússia e Ucrânia.

Achei certa a decisão do Roger. Se por um lado ele deixa o amor da Deborah Secco e de milhares de gaudérios, por outro enche o bolso de grana. O que, pra um jogador com o futebol dele, cujo a maior conquista na Seleção foi uma cabeçada do Lúcio, é um ótimo negócio. Sem contar que se ele resolver confirmar a fama de mulherengo e sair pra “Qatar” umas nativas, dificilmente alguém vai ficar sabendo.


Agora a bomba: o recém “time do Roger” não acabou os negócios no Brasil. Ainda querem tirar o Caio Jr. do Flamengo. Pra variar, a proposta é irrecusável – li por aí que é algo em torno de 6 milhões em dois anos ou algo do tipo. Se o treinador fizer jus ao oclinhos “muderno” e ao penteado de Millhouse, não vai.

Vamos supor que ele ganhe “pouco” no Flamengo, uns 50 mil. Dá 600 mil reais por ano. É muita grana. Ninguém precisa mais que isso pra viver com conforto, pra dar uma vida boa pra família. Dá até pra se acabar no luxo. Se o Caio Jr. continuar assim até o fim da carreira, o filho dele vai poder fazer festa com prostitutas dos 15 até o resto da vida!

Além disso, com o Mengão bem encaminhado, o Caio tem à frente uma série de desafios interessantes, com a chance real de transformar vários em títulos que vão enfeitar bem bonito o currículo dele. Agora, se for pro Qatar e as coisas não derem certo, nem todo o dinheiro do mundo pra comprar de volta o prestígio e a posição que ele tinha antes de sair.

A resposta parece que sai hoje. É mais uma final que o Mengão tem que vencer pra chegar ao Hexa. Pra cima deles, Kleber Leite!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Parabéns ao Fluminense...

... NOT!

Prazer, LDU

E lá se foi o sonho do Fluminense de enfim virar time grande. Afundou na frente de 80mil torcedores, que acompanharam de camarote a esperança desaparecer, voltar, virar certeza, virar receio, virar medo e acabar na pior sensação do mundo: da vitória que escapa como areia por entre os dedos.



Pior que o Flor jogou bem. Quer dizer, dentro do padrão do futebol deles. Ou seja: um time desorganizado taticamente e individualista, mas com grandes talentos. E o maior deles, Thiago Neves, finalmente resolveu jogar bola e marcou três pela primeira vez numa final de Libertadores. Os três que o Flor precisava marcar. Mas que não foram suficientes.

Não foram porque, ao contrário do que a torcida, boa parte da imprensa e o Renato Gaúcho pensavam, mais um time ia entrar em campo na noite dessa quarta-feira. E se não havia ficado claro em Quito, após quatro gols no primeiro tempo, que a LDU tinha um futebol além da sua tradição, eles trataram de reforçar logo aos 10 minutos de jogo. E foi aí que o grande plano do Fluminense desandou. Foi aí que a noite brilhante de Thiago Neves ganhou um "mas".

É óbvio que o tricolor tem muito mais time e foi com tudo pra cima. Mas merecia ter perdido. Merecia sim, porque puxou o freio de mão após o terceiro gol, aos 10 do segundo tempo, e se contentou em deixar a prorrogação correr livre em direção à disputa de pênaltis. Merecia porque não teve o mínimo de organização pra segurar as investidas de uma LDU que, de tanto que errava, chegava a parecer desinteressada. E merecia porque achou que já estava ganho. Pelo amor de Deus: quantas vezes os times brasileiros vão ter que perder pra equipes menores, dentro de casa, até aprenderem que nenhum jogo é vencido na véspera???

A arbitragem foi ruim, claro. Mas também ajudou o Flor. E que não venham reclamar agora, porque já faz um ano que o Flamengo vem protestando contra esse Hector Baldassi. O cara que apitou o jogo com 42 minutos de bola parada que nos tirou da Libertadores do ano passado. Protestos classificados pelos próprios tricolores de "choro". Quem está chorando agora?

Agora o grande time do Fluminense deve sofrer um desmanche. Uma pena. Por mais que eu tenha rido quando acabou o jogo, é um pouco triste ver a imagem de uma torcida incrédula, chorando em silêncio. Ainda me lembro bem como é sentir isso. Não vou entrar na conversa de perdedor, mas parabéns ao time do Flor por tudo que conquistou no torneio. E bola pra frente.

O lado bom disso tudo é ver a imprensa esportiva caindo na realidade. Porque se o Fluminense ganha, vira o Dream Team do futebol. Agora eles vão ser analisados com mais imparcialidade, de maneira mais cuidadosa, e vão parar com essa história de "melhor futebol do Brasil", "time que mais joga bonito" - títulos que atualmente tem sido sinônimo de derrotas e decepções, aliás.



Resta ao Flor ter força pra se recuperar no Brasileiro e agüentar as piadas em cima do caminhão de escadas que o Renato Gaúcho fez o favor de deixar. E que levem pra sempre a lição que aprenderam ontem - a mesma, aliás, que deram ao Boca Juniors quando desclassificaram o time argentino: nem sempre ganha o melhor.