quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Humildade verde-amarela



Não consigo imaginar um Michael Phelps brasileiro. Uma unanimidade, que quebrando recorde atrás de recorde confirme o favoritismo que o mundo inteiro deposita nele. E nem é pelo abismo estrutural que existe entre Estados Unidos e Brasil ou pelo fato de que o americano é daqueles que aparecem no mundo a cada milênio. Falo das declarações.

Num País onde uma pessoa ganha mais méritos por ser carismática do que trabalhadora, é impensável ver um atleta estabelecer metas altas e afirmar com toda a segurança que seu objetivo é entrar para a história. No Brasil, basta uma trajetória "bonita" de superação pra virar ídolo. Não é a toa que nossos favoritos encarnam as cores da bandeira brasileira nos momentos decisivos: tremem que nem vara verde e amarelam mais que o ouro da medalha que cobiçavam.

Interessante notar que, em momento algum, Phelps pareceu – ou foi considerado – arrogante. A imprensa e os torcedores parecem até admirar a naturalidade com que ele expõe seus objetivos. Na nossa Pátria amada, porém, se uma declaração não estiver impregnada de “humildade” (apenas destacando as qualidades dos adversários, como uma desculpa antecipada pra derrota que ainda virá) vira atestado de babaquice. Ou não foi assim com o Romário quando ele anunciou que ia atrás do milésimo gol?

A humildade dos nossos atletas não passa do velho e bom complexo de vira-lata com verniz competitivo. E dá-lhe “o América de Natal é muito forte e merece respeito” e “não existe mais time bobo no futebol”. Enquanto o brasileiro não for capaz de assumir a responsabilidade de vencer – e ver alguém assumir a responsabilidade de vencer – vamos continuar sendo um País de poucas conquistas, uma gloriosa nação de “quase-lás” verde-amarelos. Com ênfase bem grande no “amarelo”.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Seja o que Deus quiser

Por que é tão difícil pra algumas pessoas entender a revolta dos jogadores do Flamengo com o episódio da bomba ontem?

O que passa na cabeça de um cidadão que apóia uma barbaridade dessas? Se jogar bomba ganhasse jogo, o Iraque não perdia uma! “É bom pra ver se os jogadores acordam”. Que tipo de argumento é esse? Se eles acordam não sei, mas com certeza não dormem. Ficam a noite inteira pensando no que vai acontecer se os resultados não aparecerem. O Goiás ganhou do Cruzeiro em Minas e vem de uma goleada sobre a Portuguesa, enquanto o Flamengo não sabe o que é vencer há 6 jogos. E se perderem, o que vai ser na próxima vez? Tiros?


Pior são aqueles que criticam o Juan por dizer que todo o jogador pensa em sair num momento desses. Acusam o cara de “achar um motivo pra ir embora”. Me corrijam se eu estiver errado – eu não estava no treino, eu não sou vagabundo desocupado, tenho que trabalhar – mas pelo que eu saiba o Juan não ficou no meio do campo pedindo pra torcida jogar alguma coisa nele. Foram os próprios torcedores que deram um motivo pra ele deixar o Flamengo.

O mais incrível é que esses ditos torcedores foram até o treino pedir “honra ao Manto”. Quem são eles pra falar em amor à camisa? Atrapalhar o trabalho do time, agredir os jogadores, bater boca com eles... ISSO é honrar o Flamengo?

O torcedor caiu na armadilha que ele próprio criou. Embarcou na fantasia de “Brasileiro é obrigação” e passou a oferecer cobrança no lugar do apoio. Ao invés de ajudar, atrapalhou – sem se dar conta de que o único prejudicado nessa história vai ser ele mesmo. Faltou inteligência. Juntos, time e torcida deram show e chegaram em 3º no ano passado. Separados, onde vamos parar? O rubro-negro intolerante merece o time em queda livre que tem.

Já espero o pior pro jogo de hoje. O mínimo de concentração e vontade de vencer com certeza foi embora assim que aquela bomba explodiu. Seja o que Deus quiser.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Puta que pariu!

Não me agrada muito começar um post de sexta-feira com um xingamento, mas era isso ou “Jesus Cristo”. E eu que não vou brincar com forças superiores - seja Deus, Buda ou Alá – em véspera de clássico. Então vamos de puta que pariu: puta que pariu, Grêmio! Puta que pariu, Figueirense!


Quando eu parei de acompanhar o jogo pela internet (no Terra, já que o Globo.com SEMPRE dá erro no segundo tempo) estava 3x1. “Que surra”, pensei, e fui tomar banho. Aproveitei pra fazer a barba e acabei demorando mais do que o costume. Quando saí, minha mãe perguntou se eu sabia quanto estava o jogo do Figueira. Quando ela me disse o placar, achei que tinha se enganado, que tinha ligado a TV de repente e visto o número de escanteios. Mas era aquilo ali mesmo. Inacreditáveis sete gols, que brotaram como que por milagre.

Agora o Grêmio passou o Flamengo e é o novo líder. Justo. Tem um bom time, que vem jogando muito bem. Mas pra mim, a principal diferença entre o tricolor gaúcho e o rubro-negro carioca é a atitude. Enquanto o Flamengo entra em campo com certa cautela, demorando pra se impor, o Grêmio assume o futebol que tem e vai pra cima. Tem mentalidade de time vencedor, ímpeto. O Flamengo respeita demais os adversários; o Grêmio, acima de tudo, se respeita.

Ainda assim, acho que o time do Celso Roth é meio fogo de palha. Tipo o Vasco ano passado. Ainda acho que falta elenco. E Celso Roth é Celso Roth. A queda deve começar, no máximo, na 5ª rodada do returno. Mas mesmo assim, parabéns ao Grêmio pela excelente campanha até aqui e, claro, pelo excelente resultado de ontem. E parabéns também ao Figueira. Não é qualquer time que consegue a proeza de levar 7 gols em casa no Campeonato Brasileiro.

O Avaí não conseguiria.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Que fase!



Quando a fase é ruim, parece que tudo conspira contra. Não tem jeito. O Flamengo tinha tudo pra ganhar da Portuguesa ontem, mas esbarrou em um campo tenebroso, um arbitragem ruim e nos erros excessivos da equipe. E claro, na má fase.

Não tem outra forma de explicar. O jogo talvez não tenha sido um primor técnico, mas foi muito bom de assistir. O Flamengo foi pra cima e abriu o placar com Ronaldo Angelim (num toque de mão involuntário). Aí em seguida, começou a palhaçada. Primeiro no pênalti extremamente duvidoso marcado pelo árbitro. Depois, na cobrança. Diogo deu paradinha, o Bruno caiu do lado certo e pegou. Totalmente equivocado, o bandeirinha mandou repetir.

Essa regra que proíbe o goleiro de se adiantar em pênalti até faz sentido. Se o cara corre pro meio da pequena área realmente atrapalha o batedor. Mas e se o adiantamento acontecer POR CAUSA do batedor? A paradinha não é feita justamente pra deslocar o goleiro antes de tocar na bola? O cara corre pra bola, finge que vai bater, o goleiro cai pra um lado e daí é só tocar no canto aberto. Sempre foi assim! Só que aí o Bruno acaba caindo pro lado certo, defende a cobrança e de repente não vale? Quer dizer então que pênalti com paradinha SEMPRE vai ser gol? Marcação absurda do banderinha!


Mesmo assim fomos ao ataque e Ibson, que vinha jogando bem, colocou o Flamengo de novo na frente. Melhor impossível. Só que nem deu tempo pra comemorar. Logo no início do segundo tempo, num escanteio inventado pelo árbitro, o graaaaande Jaílton fez outro pênalti. Complicado, muito complicado.

Empatado, o jogo continuou movimentado. Bruno fez duas grandes defesas e Sérgio fez um milagre num chute a queima-roupa do Ibson. E o graaaaaande Diego Tardelli resolveu aprontar mais uma das suas e ser expulso de novo, tentando fazer um gol de mão. Inacreditável. Aí ficou complicadíssimo.

Só que o Flamengo foi pra cima assim mesmo e colocou a Portuguesa num sufoco. E aos 42, pênalti em cima do Juan. Pênalti que o Ibson conseguiu perder duas vezes, porque o mesmo bandeirinha do 1o tempo mandou repetir a cobrança de novo. Aliás, se fosse realmente justo, mandaria repetir também a segunda cobrança, em que o goleiro se adiantou também. Mas eu acho que se o Ibson tentasse 10 vezes, erraria as 10. Porque contra árbitro, gramado ruim e jogador expulso tu até tem uma chance. Mas contra fase ruim, não dá pra fazer nada.

Notas:

  • Não foi uma partida ruim do Flamengo, que conseguiu se impor em campo mesmo com um a menos, mas o time ainda está errando demais. E francamente, fazer dois pênaltis num jogo é pedir pra perder. Coisa de time amador!
  • Nem sei o que falar do Tardelli. O cara até vinha fazendo uma boa partida e de repente resolve botar tudo a perder com uma patética tentativa de gol de mão – que aliás, não tinha a menor chance de entrar e de o juiz não ver. Merece ser afastado. Um jogador tão despreocupado com o time não pode vestir o manto num campeonato como o Brasileiro
  • Obina apagadíssimo, Souza na mesma história de “fazer pivô e não gols” e Éder perdido e nervoso. O melhorzinho é o Maxi, que nunca joga. Precisamos de um atacante!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Genial

Essa eu vi nos comentários do blog do Rica Perrone:


"Agora que a Dercy morreu, a única coisa com mais de 100 anos que arranca gargalhadas é o time do Corinthians".

De novo?!?

Quantas vezes o time do Flamengo ainda vai entrar em campo no Maracanã apenas pra decepcionar a torcida? Quantas vezes vai perder um jogo que tinha plenas condições de ganhar por causa de um injustificado nervosismo, uma tensão desnecessária? Quando time vai aprender a se portar como campeão, a se impor diante do adversário? Quando vai acabar o nosso complexo de vira-lata?


A partida de ontem contra o Vitória foi inacreditável. Um bando de jogadores espalhados pelo campo, morrendo de medo de jogar bola, só esperando pelo vacilo que traria a derrota. Foi uma atuação medíocre não apenas pelo baixo nível técnico apresentado – esse, na verdade, foi apenas um reflexo. Perdemos pela postura de derrotados que apresentamos.

Porque no Flamengo tudo é exagerado. Das especulações de contratações às declarações dos dirigentes. Até que conseguimos contornar um pouco o oba-oba que vinha sempre depois das vitórias importantes, mas o clima de enterro que segue as derrotas ainda está lá. Lamentavelmente. O time perde um jogo normal, de cabeça erguida, e pronto. Está instalada a crise. Aí o time entra em campo como time pequeno, joga como time pequeno e arranja uma dor de cabeça gigante. Ridículo.

Como sempre, os comentários vão cair em cima do óbvio: falta um meia criativo. Mas não perdemos por causa disso. Ontem faltou tudo. Uma defesa, um meio de campo e um ataque. Mais um jogador amedrontado e errando passe de 2 metros não teria nos ajudado em nada. E pelo amor de Deus, não me venham falar em Marcinho! Ao contrário do que pensam os comentaristas esportivos, ele raramente era escalado no meio-de-campo e de criativo não tinha nada.

Por outro lado, temos que lamentar novamente o péssimo nível de arbitragem do Campeonato Brasileiro. Fomos prejudicados e muito por um gol mal anulado. Mas que time, além do São Paulo, ainda não foi? Isso só mostra que o Flamengo precisa de esforçar ainda mais, porque às vezes nem achar um gol vai resolver.

Me recuso a falar em “lado bom da derrota”. Hoje, isso não existe. O Flamengo já perdeu jogos importantes demais esse ano pra ficar com esse papo de “lição aprendida”. Mas volto a bater numa tecla, pra mim a mais importante: é preciso mudar a mentalidade. É preciso deixar pra trás o complexo de vira-lata, deixar de se apequenar diante das adversidades, botar a bola no chão e se impor. Com paciência, competência e a força do time e da camisa.

Ainda somos líderes. No fundo é isso que importa, porque as derrotas viriam cedo ou tarde – num campeonato tão equilibrado, não tem como um time largar tão na frente e manter a diferença até o final. O problema é a forma como elas vieram. E em que jogos. Depois de 12 rodadas, o Brasileiro recomeça. E espero que o Flamengo tenha culhões pra assumir a postura do líder que é hoje.

Notas:
  • Caio Jr. mexeu mal substituindo Cristian ainda no 1o tempo apenas pra seguir a cartilha “sai um jogador de defesa, entra um no ataque”. A criação não melhorou e o setor defensivo ficou enfraquecido, e de quebra perdemos um dos únicos jogadores que acerta o gol chutando de longe
  • Aliás, por que o Flamengo nunca chuta de fora da área? Até o Obina, que sempre marcava desse jeito, desistiu da jogada. E o que foi o gol que ele perdeu?
  • Outro erro do técnico: por que Maxi ficou fora do banco? Um atacante veloz e driblador é muito mais eficiente contra uma defesa fechada do que chutões desesperados vindo da zaga.
  • Que caia um raio na cabeça do rubro-negro que sempre defendeu o Egídio.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

E pararam o Mengo.

Se existisse justiça no futebol, o Flamengo tinha saído de Curitiba ontem com uma vitória. Foi jogo de um time só: o Mengão atacando e o Coritiba defendendo. No nosso único vacilo, gol deles. E dá-lhe volume de jogo e posse de bola. Gol que é bom, infelizmente, nada.


Perdemos numa cochilada da defesa, num lance de acaso e na falta de futebol de jogadores que costumam ser essenciais: Leo Moura, Jônatas e Diego Tardelli. Também é verdade que precisamos de um bom meia de criação e que esse jogador poderia ter feito a diferença ontem. Mas não venham me dizer que fomos prejudicados pela venda do Marcinho!

O cara nunca foi um bom meia de criação. Aliás, desafio qualquer um a apontar uma partida onde o Marcinho não tenha feito gol, mas destruído com o jogo. Participado com passes e dribles. Não me lembro de nenhum onde isso tenha acontecido – nem no Carioca.

No mais, a derrota pro Coritiba foi perfeitamente normal. Todo time perde uma hora; ontem, foi a do Flamengo. Ainda somos líderes e vamos com tudo pra cima de um abalado Vitória. Rumo ao Hexa, galiera!


Notas:
  • Ontem era jogo pro Maxi começar de titular, sem dúvida alguma. Tomara que o Caio Jr. Tenha percebido isso.
  • ACORDA, TARDELLI!!!
  • Não vamos ter o Juan no domingo. Leo Moura vai ter que jogar por dois.
  • Excelente partida do Jaílton - mais uma. Começa a ganhar a confiança da torcida na raça, algo impensável uns dois meses atrás.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Vá com Alá

Como era de se esperar, lá se foi o Marcinho. Seduzido pelo dinheiro, vai reforçar Al Jazira, do técnico Abel Braga, lá “nas Arábia”.

Tinha quase certeza que ele ia embora. Não parece ser do tipo de jogador consciente, que visualiza a carreira a longo prazo e que sabe de como a dificuldade de adaptação e o risco do ostracismo podem ser um revés na vida de um atleta. É só mais um jogador sem identificação com clube nenhum, que quer ganhar o máximo de dinheiro enquanto ainda consegue jogar, porque sabe Deus o que vai fazer depois.

Não acho uma perda irreparável. Quem acompanha o Flamengo de longe, pode achar que a saída do artilheiro do campeonato enfraquece demais a equipe, mas isso não é verdade. O Marcinho realmente desembestou a fazer gol esse ano, mas sempre esteve longe de ser um grande jogador. Prendia demais a bola e sumia inacreditavelmente em diversos jogos. Sem contar os furos que costumava dar na pequena área...

De qualquer forma, boa sorte ao Marcinho. Ele, que já teve uma passagem frustrada na Turquia por conta dos problemas de adaptação, sabe que vai precisar. Que as putas lá sejam menos exigentes, cara!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Golaço

O bom senso falou mais alto e Caio Jr. fica. Notícia boa em tempo recorde. Pra mim principalmente, na figura de um blogueiro que não resistiria à chance de apelar para “geniais” “trocadalhos”, como o lançamento da “Campanha FiCaio” ou um post intitulado tão somente “Caio Jr” se as coisas dessem errado.

A notícia é boa principalmente porque mostra que o treinador reconhece a importância que tem um título nacional e assume a responsabilidade de levar o time até lá. E porque mudar a essa altura do campeonato - entre o fim do início e o começo do meio – poderia iniciar uma bola de neve trágica pro Mengão.

Imaginem só. O time volta de Curitiba com um empate ou derrota. Um resultado normal, visto que o Coxa ainda não perdeu em casa. Mas se isso acontece depois da saída do técnico, o resultado negativo vira um exemplo incontestável de como o Caio Jr. era responsável pela qualidade do time e de como o Flamengo está perdido sem ele. E a imprensa começa a ficar em cima. A torcida também. Começa a pressão, o nervosismo, a cobrança exagerada. E todo o bom trabalho vai por água abaixo...

Sem contar que o Caio deve assumir a coordenação das divisões de base rubro-negras a partir do próximo ano, um fato muito promissor. Já estava na hora do Flamengo começar a buscar o profissionalismo que falta pra voltar a ser grande.

Agora é se preparar para as duas próximas decisões: a permanência de Marcinho (nem tanto) e do insubstituível Juan.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A mesma praça...

Um bom empreendimento é aquele que adquire “vida própria”, que segue funcionando bem mesmo depois que o proprietário se afastou. Flamengo x Vasco é mais ou menos assim: o Mengão construiu uma história de soberania tão grande e com tanta competência que chega a dar a impressão que o Vice vai perder mesmo se ninguém entrar em campo.



Ontem as palavras do sábio Jardel não se fizeram valer. Do clima de clássico, só as arquibancadas lotadas do Maracanã, com a torcida rubro-negra, que já se acostumou a bater o recorde do campeonato, em previsível maioria. E tão óbvia quanto a presença da massa flamenguista foi a partida: um time bom contra um time ruim, o bom ganhou fácil.

Quando eu digo fácil, aliás, não digo pra humilhar, pra pisar. Digo porque foi mesmo. O Flamengo simplesmente não teve dificuldades. O Vasco parece percebeu isso logo no início e tratou de não atrapalhar muito. Não queria perder, lógico, mas jogou meio no estilo “se estupro é inevitável, relaxa e goza”.

Dizem que o Vice sempre ganha os jogos do meio do campeonato e perde os importantes. Ontem, contando Brasileiro e Carioca, foi o quinto jogo sem vitória. Pode deixar que ainda vamos gozar e muito.

Notas:


  • Ótima partida do Ibson. Dá gosto de ver ele jogar contra o Vasco, sempre vai bem.
  • Juan, pra variar, voando. Ainda bem que o técnico da Seleção é o Dunga!
  • Mais uma vez, Marcinho não jogou nada. Devido às circunstâncias até vou dar um “puta” desconto pra ele, mas o cara tem que aprender a soltar mais a bola! Solta a bola, Marcinho!!
  • A bruxa anda solta no Mengão: 4 lesionados em 2 jogos. Ontem foram Leo Moura e Jônatas. Isso mostra como é bom ter elenco.
  • Um crime o pirocóptero do Souza não ter entrado no final do jogo. Golear com o gol mais engraçado do Brasileiro teria sido tão mais legal...

Vai se Qatar!



Quando o Roger foi pro Grêmio, profetizei que ele sairia no final do ano pela porta dos fundos e escorraçado pela torcida. Tive aproveitamento de Bíblia - acertei 50%: ele realmente saiu fugido do Olímpico, mas depois de perder o Gauchão, a Copa do Brasil e de marcar quatro gols de pênalti no Brasileiro, era bem quisto pela gauchada.

O boleiro global deixou o tricolor gaúcho na surdina seduzido pelo Qatar. O Qatar, pra quem não sabe, é a nova Espanha: destino de inúmeras jovens promessas brasileiras, que logo deve se tornar outro celeiro de craques da Seleção do Dunga, a exemplo das potências Rússia e Ucrânia.

Achei certa a decisão do Roger. Se por um lado ele deixa o amor da Deborah Secco e de milhares de gaudérios, por outro enche o bolso de grana. O que, pra um jogador com o futebol dele, cujo a maior conquista na Seleção foi uma cabeçada do Lúcio, é um ótimo negócio. Sem contar que se ele resolver confirmar a fama de mulherengo e sair pra “Qatar” umas nativas, dificilmente alguém vai ficar sabendo.


Agora a bomba: o recém “time do Roger” não acabou os negócios no Brasil. Ainda querem tirar o Caio Jr. do Flamengo. Pra variar, a proposta é irrecusável – li por aí que é algo em torno de 6 milhões em dois anos ou algo do tipo. Se o treinador fizer jus ao oclinhos “muderno” e ao penteado de Millhouse, não vai.

Vamos supor que ele ganhe “pouco” no Flamengo, uns 50 mil. Dá 600 mil reais por ano. É muita grana. Ninguém precisa mais que isso pra viver com conforto, pra dar uma vida boa pra família. Dá até pra se acabar no luxo. Se o Caio Jr. continuar assim até o fim da carreira, o filho dele vai poder fazer festa com prostitutas dos 15 até o resto da vida!

Além disso, com o Mengão bem encaminhado, o Caio tem à frente uma série de desafios interessantes, com a chance real de transformar vários em títulos que vão enfeitar bem bonito o currículo dele. Agora, se for pro Qatar e as coisas não derem certo, nem todo o dinheiro do mundo pra comprar de volta o prestígio e a posição que ele tinha antes de sair.

A resposta parece que sai hoje. É mais uma final que o Mengão tem que vencer pra chegar ao Hexa. Pra cima deles, Kleber Leite!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Parabéns ao Fluminense...

... NOT!

Prazer, LDU

E lá se foi o sonho do Fluminense de enfim virar time grande. Afundou na frente de 80mil torcedores, que acompanharam de camarote a esperança desaparecer, voltar, virar certeza, virar receio, virar medo e acabar na pior sensação do mundo: da vitória que escapa como areia por entre os dedos.



Pior que o Flor jogou bem. Quer dizer, dentro do padrão do futebol deles. Ou seja: um time desorganizado taticamente e individualista, mas com grandes talentos. E o maior deles, Thiago Neves, finalmente resolveu jogar bola e marcou três pela primeira vez numa final de Libertadores. Os três que o Flor precisava marcar. Mas que não foram suficientes.

Não foram porque, ao contrário do que a torcida, boa parte da imprensa e o Renato Gaúcho pensavam, mais um time ia entrar em campo na noite dessa quarta-feira. E se não havia ficado claro em Quito, após quatro gols no primeiro tempo, que a LDU tinha um futebol além da sua tradição, eles trataram de reforçar logo aos 10 minutos de jogo. E foi aí que o grande plano do Fluminense desandou. Foi aí que a noite brilhante de Thiago Neves ganhou um "mas".

É óbvio que o tricolor tem muito mais time e foi com tudo pra cima. Mas merecia ter perdido. Merecia sim, porque puxou o freio de mão após o terceiro gol, aos 10 do segundo tempo, e se contentou em deixar a prorrogação correr livre em direção à disputa de pênaltis. Merecia porque não teve o mínimo de organização pra segurar as investidas de uma LDU que, de tanto que errava, chegava a parecer desinteressada. E merecia porque achou que já estava ganho. Pelo amor de Deus: quantas vezes os times brasileiros vão ter que perder pra equipes menores, dentro de casa, até aprenderem que nenhum jogo é vencido na véspera???

A arbitragem foi ruim, claro. Mas também ajudou o Flor. E que não venham reclamar agora, porque já faz um ano que o Flamengo vem protestando contra esse Hector Baldassi. O cara que apitou o jogo com 42 minutos de bola parada que nos tirou da Libertadores do ano passado. Protestos classificados pelos próprios tricolores de "choro". Quem está chorando agora?

Agora o grande time do Fluminense deve sofrer um desmanche. Uma pena. Por mais que eu tenha rido quando acabou o jogo, é um pouco triste ver a imagem de uma torcida incrédula, chorando em silêncio. Ainda me lembro bem como é sentir isso. Não vou entrar na conversa de perdedor, mas parabéns ao time do Flor por tudo que conquistou no torneio. E bola pra frente.

O lado bom disso tudo é ver a imprensa esportiva caindo na realidade. Porque se o Fluminense ganha, vira o Dream Team do futebol. Agora eles vão ser analisados com mais imparcialidade, de maneira mais cuidadosa, e vão parar com essa história de "melhor futebol do Brasil", "time que mais joga bonito" - títulos que atualmente tem sido sinônimo de derrotas e decepções, aliás.



Resta ao Flor ter força pra se recuperar no Brasileiro e agüentar as piadas em cima do caminhão de escadas que o Renato Gaúcho fez o favor de deixar. E que levem pra sempre a lição que aprenderam ontem - a mesma, aliás, que deram ao Boca Juniors quando desclassificaram o time argentino: nem sempre ganha o melhor.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Seleção Brasileira: e eu com isso?

É uma palhaçada.

A Seleção Brasileira é apenas um reflexo do que já acontece há um bom tempo no futebol do País. Uma entidade comanda nosso futebol de maneira soberana e não enfrenta resistência por causa da vaidade e egocentrismo dos nossos cartolas e do próprio povo brasileiro.

A CBF é isso, o Ricardo Teixeira é aquilo, mas aí o São Paulo é campeão e lança uma camisa escrita "penta único". De repente, não interessa se a Confederação atropelou o bom senso e o acordo firmado com o Clube dos 13 em 87 ou se a relação com o Flamengo sempre foi boa: o que importa é enaltecer o seu feito, como se o futebol brasileiro girasse ao redor de um ou outro clube apenas.

Claro que quando o Corinthians brota no Mundial sem ganhar a Libertadores e ganha o título, aí vale a pena passar horas pesquisando motivos históricos, operacionais e técnicos pra mostrar como o campeonato não valeu nada, como a CBF e a Fifa não tiveram bom senso, como não honraram o esquema de disputa do Mundial.

Do mesmo jeito que vale pro Palmeiras criticar até hoje o São Paulo e o envolvimento com a política, quando teria recebido o Morumbi e diversas vitórias de presente, enquanto assiste de camarote Ricardo Teixeira tentando transformar uma Copa Rio da década de 50 em mundial pra agradar o José Serra.

Politicagem que deixa indignado o Fluminense, também campeão da Copa Rio, que não recebeu ajuda na reivindicação do mundial e não teve motivos pra abrir um champagne, como fez com a virada de mesa em 96 e 2000, quando o time não caiu e subiu da Série C pra A do Brasileiro. Virada de mesa que deixa indignado o Grêmio, que caiu em 2004 e sem o benefício de alguma manobra foi obrigado a jogar a Série B. O mesmo Grêmio que ficou em 11º na segundona de 1991 e só subiu no ano seguinte por armação de bastidores.

E o torcedor, o mesmo que hoje despreza e se lamenta pelo futuro da Seleção Brasileira, é o mesmo são-paulino que aplaudiu o “penta único”, o mesmo palmeirense que torceu pelo “mundial”, o mesmo tricolor que tomou champagne em 96, o mesmo flamenguista, vascaíno, gremista, colorado, santista que a cada ano resolve esquecer as lambanças da CBF pra poder começar a semana rindo do time do colega na no trabalho, na escola, na rua.

E no circo do futebol brasileiro, enquanto o público tiver seus 5 minutos de alegria, de vantagem, vai continuar aplaudindo. E enquanto o público aplaude e ganha o “panis”, o “circense” continua faturando, enchendo os bolsos. É, sem dúvida, uma palhaçada.

Mas quem são os palhaços da história?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Brasileiro: a obrigação também é nossa

É natural que a torcida do Flamengo tenha ficado traumatizada com a derrota na Libertadores. Também é natural que, por causa disso, exista uma cobrança maior sobre o time. Mas tenho muitas ressalvas à essa história de "Brasileiro é obrigação".

Nossa torcida sempre fez a diferença apoiando, nunca bravinha, batendo o pé, cruzando os braços e cobrando. Não podemos cair na armadilha fácil que é alimentar nossa raiva e querer descontá-la em todos os jogos, em cada erro. A Libertadores já acabou faz muito tempo! Vaias e reclamações exageradas podem criar um clima tenso desnecessário entre time e torcida, exatamente o tipo de coisa que pode nos custar o título. E quem vai sofrer mais com isso? Os jogadores, que em poucos meses vão embora pra outros clubes, ou nós, torcedores, que vamos continuar sem o hexa?

Foi importante demonstrar a nossa indignação, mas a hora agora é outra. Estamos no momento em que a única coisa que importa é apoiar, cantar sem parar até o adversário entregar os pontos. Se a obrigação do Flamengo é ganhar campeonato, então vamos fazer a nossa parte e tornar as coisas mais fáceis.

F de Ffffurrra! F de Flamengo, amiiiiigo!

Incontestável.

Eu poderia simplesmente deixar o post assim, com a poesia de apenas uma foto e uma palavra, mas nunca que eu ia perder de comentar uma apresentação do Flamengo digna dos adjetivos mais rebuscados: soberba, magnífica, supimpa!

Foi simplesmente fantástico. Saía gol toda a hora. E todos gols de bom futebol, nascidos de jogadas bem trabalhados por tudo que é setor do campo. Um verdadeiro espetáculo pra torcida!

Podem dizer que o Figueirense não é parâmetro, mas eu discordo. Ora, é possível tirar muitas conclusões de um time que faz o que se espera dele. E o sentimento antes do jogo era esse: o Flamengo tem elenco e futebol pra golear um adversário desse nível. E foi o que aconteceu.

Agora a parada é mais complicada. O adversário é o atual campeão brasileiro e responsável por levar o legado de Walt Disney adiante, o São Paulo. Muita gente ainda teme o tricolor paulista e cheguei a ler comentários absurdos de que "0x0 é goleada". Menos, galera, bem menos. Eles não são nenhum Figueirense, é verdade. Mas também não são nenhum Flamengo.

2x0 é o meu palpite.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

V de Venezuela, amiiiiiigo!

E o técnico Dunga continua colecionando recordes à frente da Seleção Brasileira. Hoje, conseguiu impor ao time canarinho a primeira derrota para a Venezuela na história. E o mais legal é que foi tudo muito imprevisível. Antes do jogo, ninguém imaginaria que o time venezuelano ia acabar botando nos anais brasileiros.

Mas alguém se importa?

A resposta, de eu para mim mesmo: faz tempo que não. Claro que na final da Copa América a gente chamou a galiera aqui em casa e eu botei uma das cervejas classudas que ganhei na minha formatura pra gelar no freezer, mas era contra a Argentina, era exceção. Até as nossas mães assistem jogos desse naipe. Na verdade, o que está acontecendo - ou se consolidando - é um processo de embundamento da Seleção.

A CBF pode ser tudo que dizem, mas incompetente ninguém pode acusar a entidade de ser. Quando resolveram deixar o futebol em segundo plano e acabar com a Seleção, fizeram bem feito. Pegaram o maior time do planeta, pentacampeão, recheado de estrelas e transformaram num bando, um amontoado de jogadores medianos comandados por um fantoche. Conseguiram até a proeza de fazer os brasileiros torcerem contra! Agora somos um bando de bundões que não torce por um time mais bundão ainda!

Pior que o jogo de hoje foi atípico, no sentido mais Ney Franco da palavra. Um campo do tamanho de uma quadra de futebol society três-na-linha-e-um-no-gol, a Venezuela com 3 finalizações e o Brasil com 20 no final do jogo. E deu dois a zero pra eles. O Diego acertou a trave numa bicicleta e o Adriano quase fez um gol de calcanhar. Mas no fim das contas, esse embate Venezuela x CBF foi apenas amistoso que nada significa, onde os dois lados foram extremamente competentes no que vem tentando fazer há muito tempo. Curiosamente, os dois com o mesmo objetivo: fuder a Seleção Brasileira.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Agora é Fla-LDU

Foi como no Flamengo x América. Comecei vendo o jogo no mesmo lugar, não assisti um pedaço porque fui tomar banho e terminei vendo o final do segundo tempo também no mesmo lugar. E mais uma vez, o time pro qual eu torcia, que havia jogado melhor, perdeu.

Agora o Flor chega à final da Libertadores contra o LDU do Equeador e deixa a gente, não-tricoletes, com a mesma impressão que tivemos em 97 com o Cruzeiro, em 98 com o Vasco e em 99 com o Palmeiras: sem dúvida alguma, o time brasileiro vai ser o campeão.


É um grande feito, merecido, parabéns aos tricoletes, blá blá blá, mas não me venham com aquela ladainha de que o Fluminense joga o futebol bonito, bom de se ver. Por favor. É uma das maiores barrigas dos cronistas esportivos. Parece que eles simplesmente lêem a escalação antes do jogo, vêem o resultado depois e decidem “nossa, como é plástico esse futebol do Flu, que belo espetáculo!”.

O time do Renato Gaúcho foi completamente dominado pelo Boca. Tanto lá quanto aqui. Ganhou porque teve competência, claro, mas principalmente porque teve sorte. Se foi sorte de campeão ainda não tem como saber, mas que teve muita, teve. Vamos analisar a semifinal: dois gols lá, um de bola parada e um frangaço do goleiro argentino. Três gols aqui, um de falta, outro num chute ridículo que desviou na zaga e enganou o goleiro e outro que o zagueiro passou a bola quase dentro da área pro Dodô. Isso é jogar bonito?

De qualquer forma, se eles acabarem campeões nem vou ficar muito incomodado. O pior já passou, com o Vasco em 98. Se tiver que ser, será e ponto final. E viva o futebol do Rio! Mas se não for, melhor ainda. Torço pra isso.

Então, boa sorte ao Fluminense na decisão. E tomara que perca.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Hoje é dia de torcer. Torcer pra caramba.

O futebol é mesmo uma caixinha de surpresas. Quem diria que um time da Série C, de Terceira Divisão, em menos de 10 anos chegaria a uma semifinal de Libertadores fazendo frente a um time grande, o todo-poderoso Boca Juniors? É o melhor dos esportes, sem dúvida.

Se o Fluminense passar, garante mais alguns feitos inéditos para a história do clube: vai ser o primeiro time brasileiro a desclassificar o Boca no torneio desde o Santos de Pelé e encarar uma final de Libertadores pela primeira vez na história. E correndo o sério risco de ser campeão.

Por isso, hoje é um dia especial pra torcer. Dá-lhe FlaBoca!

Biriba Momento

Uma que tinha esquecido de copiar do outro blog.

Luciano Bebê admite interesse em defender Criciúma
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2008/interna/0,,OI2889640-EI11422,00.html

Duvido que seja um bom negócio. O Tigre está num momento complicado, deveria investir num jogador mais maduro. Futebol tem que ser levado a sério, não é brincadeira de criança, não. Se não deixar isso claro, é capaz do cara só mamar na teta do clube. E já pensou se ele põe tudo a perder por causa de um lance infantil? Vai abrir o berreiro!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Santos contrata Cuca

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2008/06/02/ult59u159304.jhtm


O treinador fechou contrato para 18 meses e deve receber de salário o mesmo que ganhava no Botafogo – vai trabalhar de graça pelo visto, já que lá ele não ganhava nada...

Se eu fosse santista, eu ficaria feliz com a contratação. Considerando que o os concorrentes eram o Geninho e o Ney Franco (brrrr) a notícia é motivo de foguetório na Vila Belmiro. Além disso, Cuca é realmente um bom técnico, conhecido por tornar competitivos times de elencos limitados. Mas vamos ver se ele tem capacidade de montar um Santos que pode brigar pelo título ou se ele vai repetir o que fez no Bosta e montar um Santos que pode apenas brigar pelo título.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O suficiente

Jardel, um dos maiores cabeceadores do futebol brasileiro, sabia muito bem que a cabeça não é feita só pra jogar bola e tratou de presentar o mundo com reflexões e conjecturas a respeito do esporte. Na mais bela delas, reside o melhor comentário sobre o FlaxFlu do último domingo: clássico é clássico e vice-versa.

A obrigação da vitória naturalmente era do Flamengo, uma vez que o Flor entrava com os reservas em campo. Mas quando falamos d´O Clássico, aquele que teve início 45 minutos antes do nada, é impossível fazer previsões.

Fosse qualquer outro time do lado de lá, fechado na defesa, o Mengão não teria tido dificuldades pra vencer. Mas, com a mística em campo, tudo parecia conspirar contra, desde as traves do Maracanã, que parecem ter se mexido um par de vezes, até a atuação do goleiro Fernando Henrique, que pegou tudo. Isso, claro, até ele inventar de pegar a perna do Juan e ver o Leo Moura colocar um “quase” numa atuação que teria sido perfeita.  


Se uma vitória por meio a zero já seria suficiente, o Flamengo tem motivos de sobra pra comemorar, pois conseguiu o dobro. Agora Fla e Flu, com 10 e 1 ponto, respectivamente, agora ensanduícham o Brasileirão, com o tricolor em último e o rubro-negro em segundo – o Cruzeiro, pelo saldo de gols, fica de azeitona do palito.

Notas:
  • O Flamengo, apesar da vitória, jogou mal. Marcinho e Tardelli (o que foi aquilo?) são bons jogadores e marcam gols, mas costumam sumir de uma maneira impressionante.

  • É muito bom ver o Maxi em campo. É um jogador aguerrido, veloz e que parece não sentir o peso do jogo. Acho que ele tem as características de um perfeito atacante coadjuvante, do tipo Luizão do Amoroso, Sávio do Romário e Donizete do Túlio. Espero que ele seja titular no próximo – embora tenha quase certeza de que o Caio Jr. vai adiantar o Marcinho e colocar o Renato Augusto de titular.

Também vale destacar a atuação do resto do futebol carioca na rodada. O Vasco vinha perdendo pro Grêmio em casa até a noite cair e o atacante Jean entrar em campo. Aparentemente, a temporada de recuperação na clínica do Dr. Drácula, na Transilvânia, fez bem ao atacante, autor dos dois gols. Um volta animadora mas, apesar de ainda ser cedo para previsões, não é bom botar fé. Precisa mostrar muito serviço ainda pra tirar a fama de jogador chupa-sangue.

E atenção botafoguenses: chorar agora dá cadeia.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

CartolaFC: o nome cai muito bem



Hoje eu ia postar um texto que escrevi elogiando o CartolaFC – pra quem não conhece, um “fantasy game” em que você monta seu time e ganha pontos e prêmios de acordo com o desempenho dos jogadores na vida real, na série A do Brasileiro – mas sou obrigado a mudar o teor da conversa.

O jogo, de fato, é muito divertido e eu confesso que sou viciado desde o ano passado, quando me cadastrei. Eu conto nos dedos os dias até a próxima rodada. Só que depois da última (3a) estou reconsiderando essa minha devoção.

O caso é o seguinte: por causa de um erro no jogo, todos que haviam escalado o técnico do Atlético-MG na 2a rodada não conseguiam salvar o time pra rodada seguinte. Milhares de jogadores deixaram de fazer pontos e perderam posições preciosas nas ligas por causa disso. E o que a administração do site fez? NADA, absolutamente NADA. Assim mesmo, em maiúsculo, porque sequer escreveram uma linha sobre o problema no blog. E é esse descaso que me revolta.

Ora, erros acontecem o tempo todo e sempre vão acontecer. Ninguém gosta disso, mas todos entendem. O problema é a maneira como esses erros são tratados.

No ano passado, na 2a rodada do Brasileiro, vários jogadores do Cartola tiveram problemas com a escalação do Jorge Wagner do São Paulo, que foi trocado de Meia pra Lateral. A postura da organização do CartolaFC foi exemplar: relataram o problema no blog, avisaram que estavam buscando a melhor solução possível e, finalmente, decidiram anular a rodada. Vejam bem, anularam a rodada inteira porque não seria justo que alguns participantes perdessem pontos por causa de UM jogador.

Mas o pessoal responsável pelo site faz jus ao nome de Cartola e sequer uma explicação se preocuparam em fornecer. Pior, ignoram a existência do problema e os próprios usuários, que passaram a semana inteira reclamando nos comentários. Uma falta de respeito imensa e inimaginável nos dias de hoje em qualquer iniciativa que tenha um pingo de seriedade.

Eu fui muito prejudicado. Perdi 14.000 posições na Liga Nacional e outras centenas em ligas importantes, muitas das quais eu liderava, com quase 1.000 participantes cada. Mas vou continuar jogando porque quero ver como a história vai terminar.

Em todo o caso, já tenho um substituto: o Eu Futebol Clube, do ClickRBS, que funciona nos mesmos moldes, mas com detalhes e prêmios muito mais interessantes (o único porém é a interface pouco amigável). Esse vai ser o meu destino enquanto ficar evidente que “seriedade” no futebol não combina com cartolas de nenhum tipo – mesmo os de mentira.

Tchau, vices!

Que bela quarta-feira de futebol nós tivemos essa semana. Houve coração, amigo. No jogo mais importante da noite, o Flor conseguiu um belo empate contra o temível Boca Juniors, mesmo sem fazer uma partida espetacular. Foi eficiente no ataque e na defesa, ajudado pelo seu goleiro e pelo adversário, e agora chega no jogo de volta em situação confortável. Vamos ver se vai ter inteligência pra jogar como deve no Maracanã.


Nos jogos da Copa do Brasil, Botafogo e Vasco caíram de mãos dadas, os dois nos pênaltis. Dizem que foi obra do destino, porque os dois times nunca poderiam fazer uma final, sob o risco de um colapso paradoxal no tempo-espaço – o Flamengo acabaria campeão mesmo sem jogar o torneio.

Eu acho que foi obra do Edmundo mesmo. Claro, se o Vasco levou o jogos pros penais o mérito é todo dele, que anda fazendo bastante gol e ainda tem futebol pra desequilibrar um jogo difícil. Mas quantas vezes ele ainda precisa fuder o Vasco pra colocar na cabeça que não sabe bater pênalti? Nesse ponto, porém, o vascaíno já pode ficar mais tranqüilo: pelo visto, o Edmundo finalmente já está careca de saber.


Quanta alegria pros flamenguistas! Puderam ver o castigo da bola sobre os dois rivais que tanto fizeram graça quando caímos na Libertadores. Os botafoguenses, que chegaram até a beber pra comemorar, acabaram tomando também depois do jogo de quarta. Só mudou a bebida: saiu o vinho tinto e entrou um drinque japonês, o “Noku”. E pelo visto não tomaram pouco, tanto que o Cuca nem voltou pra trabalhar no outro dia...

Cuca: ninguém chorou mais pelo Botafogo

Agora o negócio é torcer pro bom time do Sport. Chega de segunda divisão ganhando a Copa do Brasil. Além do que, eu odeio o Corinthians e os pernambucanos, com as cores do Mengão e o apelido do Avaí, despertam minha simpatia – aliás, a polêmica de 87 de forma alguma deveria ser atrito entre Flamengo e Sport, já que a confusão foi feita pela CBF e os dois times tem o seu direito na história. Por isso, boa sorte aos colegas xarás do nordeste!

E como domingo tem FlaxFlu (bem mais Fla do que Flu, diga-se) deixo aqui meu palpite pro clássico: 3x0 Flamengo, gols de Souza, Fábio Luciano e Diego Tardelli.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Hoje é dia de torcer


Dá-lhe FlaBoca!

Dá-lhe Fluzão!

No clássico com o mais elevado teor homoerótico do futebol brasileiro, deu quem mais queria dar: Fluminense. Mesmo sem cair de quatro, o São Paulo levou uma bela comida. Foi uma vitória épica, histórica e inédita, daquelas que todo mundo sonha em ver para o seu time - e só por isso eu usei "Fluzão" ao invés de Flor no título.

Eu sempre torço contra nossos rivais, mas confesso que gosto quando qualquer time carioca ganha de qualquer time paulista. É sempre bom ver aquele bando de torcedores arrogantes e bairristas da imprensa descendo do pedestal. Por isso até que fiquei feliz. E agora que tudo voltou à normalidade e eu voltei a secar o Flor como de praxe, devo continuar feliz por mais algum tempo. Porque se depender do salto alto tricolor, a queda na Libertadores vai doer bastante.

Depois do jogo, Renato Gaúcho saiu falando por aí que era "derrubador de tabus" e que "o Boca entrou na 2a fase pela porta dos fundos". Menos, por favor, menos. Gosto do Renato, acho legal esse jeito de técnico que fala o idioma do jogador e que empurra o Valdir Papel, mas ele já começou a se deixar levar pelo momento e já está falando demais. Podem até defendê-lo dizendo que ele apenas quer passar confiança ao elenco, mas pra mim isso não passa de material pra torcida adversária fazer piada depois que o time for desclassificado.

O negócio é que o Boca Juniors não leva vantagem apenas por ser mais experiente; é também "não brasileiro". Isso significa que não acha que jogar fora de casa é um bicho de sete cabeças, muito pelo contrário. Parece até que se sente melhor no campo do adversário.

Por isso, é bom que os amigos tricoletes se lembrem de que botar as barbas de molho é um ingrediente essencial na receita de cada grande conquista. Caso o contrário, a Fla-Boca é que vai acabar lembrando uma porção de coisas depois da eventual queda na Libertadores.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Torço, mas não acredito




Ora, ora, quem diria. E não é que o BEC voltou? Com o nome espertinho de "Blumenau Empreendimentos Comunitários" e escudo parecido (igual - não esse da foto), lá vem ele de novo. Mais uma vez.

Não sou apenas cético em relação à volta do BEC. Sou também crítico. Se dependesse apenas de mim, o time não voltaria de jeito nenhum. Pelo menos não agora. Blumenau (ainda) não tem espaço pra duas equipes de futebol. O interesse é baixo e o investimento menor ainda. Imaginem dividido por dois.

Acho que a saída seria apostar no Metropolitano por mais algum tempo. As cerca de 20 micro e pequenas empresas deveriam investir no Verdão, ajudar a torná-lo um time forte. Assim, os resultados viriam, o futebol da cidade se fortaleceria e atrairia a atenção de investidores de fora. E aí sim o terreno estaria pronto pra receber outra equipe. No caso, o BEC.

A torcida, claro, não deve concordar com isso. Aliás, pra mim ainda é engraçado em falar em torcida. Na época em que o time ainda existia, isso nos meus 14, 15 anos, ninguém era torcedor do BEC. Ele era uma espécie de alívio cômico entre flamenguistas, vascaínos, são paulinos, corintianos e afins, uma piada constante em discussões sobre que time era melhor. "Ah, o melhor do Brasil é o BEC!" e todo mundo ria. A gente ia pro estádio assistir os jogos e não tava nem aí se ele ganhava ou perdia.

Então imaginem esse tipo de torcedor, que existe em bom número, que nunca levou o BEC a sério, que acompanhou as idas e vindas fracassadas do time nos últimos anos, que viu o Aderbal Ramos da Silva ser demolido, recebendo a notícia de que o saudoso Blumenau Esporte Clube, digo, Blumenau Empreendimentos Comunitários, voltou. Vai ficar surpreso, sem dúvida. Mas vai ficar também cético e desinteressado. Ou alguém acredita que a cidade inteira vai prestigiar o Estadual da Divisão de Acesso - a Terceira Divisão catarinense - e os embates contra times como Videira e Xanxerê?

Não quero ser desrespeitoso. Entendo como é torcer pra um time de futebol. Mas pra mim, trazer um clube de volta pra vê-lo cambalear durante 6 meses até acabar completamente, uma vez, duas vezes, três vezes, é a pior forma de macular as glórias do passado.

Torço pra que esse não seja o destino da atual encarnação do BEC. Mas sinceramente não acredito que as coisas serão diferentes.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Quase lá

O Flamengo finalmente está no ponto. Não em matéria de futebol jogado, mas no que diz respeito à distância que caminhou jogando esse futebol: aquele ponto clichê onde uma ou duas partidas definem o resultado de um semestre ou mais de trabalho – um clichê bom, diga-se, já que ele é exclusivo dos times vencedores. Lá no Vasco, por exemplo, ele é conhecido como “reviravolta inesperada”, assim mesmo, com pleonasmo, pra ver o grau de desespero em São Januário.

Se o Joel diz que vai jogar com time misto, eu digo que acho errado. Da mesma forma que achei quando ele escalou o Marcinho de atacante contra o Nacional no Rio e o time do ano passado pra grande (e alta) partida em Cuzco, mais de 3.000m acima do bom senso. Eu nem mesmo gostei muito quando o Papai chegou ano passado. Então se eu acho errado, tá tudo certo. É a maior conquista de Joel Santana na sua última passagem pelo Flamengo: o benefício da dúvida.

A idéia de um bom resultado na quarta e um título no domingo é tentadora, sem dúvida alguma. E possível. Temos bons reservas. Poupando Ibson, Renato Augusto, Souza e Kleberson, o Flamengo poderia entrar tranqüilamente com Jaílton, Gavillan, Jônatas e Maxi, time suficiente pra sair de lá com uma vitória. E de lambuja ainda podia substituir os laterais no intervalo. É possível, muito possível.

É claro que o time vai sentir o cansaço na partida de domingo e também é provável que esse detalhe nos custe a vitória. Mas discordo de quem diz que o placar de 1x0 na semana passada foi pouco e que o Botafogo é favorito.

Pra começar, clássico é clássico, como versa o Vasco. Nossos últimos cinco Cariocas foram conquistados em condições adversas contra equipes superiores, ao passo que nas principais derrotas do Fogão no ano passado, eles eram “o time a ser batido”. Além disso, eles devem manter a fama de time mais “no limite” do Brasil. Vão entrar pilhados demais, nervosos, correndo que nem loucos. O Flamengo pode fazer disso um trunfo. Não podemos esquecer também do grande reforço do Juca Kfouri, o pé-frio mais jornalista do Brasil, que logo tratou de passar o favoritismo pro pessoal de General Severiano. Valeu, Juca!

E se a gente perder? Ora, falando sério, quem liga pro Carioca?

Carioca 2008 - 1º jogo

Não existe alegria maior para um flamenguista do que ver o time ganhar com um gol de Obina. É a celebração do folclore que apenas um esporte como o futebol, onde um único lance pode mudar os rumos de uma partida inteira, pode proporcionar. Gordo, engraçado e longe – muito longe – de ser unanimidade, mais uma vez ele entrou em campo e fez o seu papel, dando ao Flamengo uma vitória importantíssima.


O jogo tinha tudo pra acabar no 0x0. Ambos os times estavam excessivamente cautelosos e nervosos. O Botafogo sofria pela falta de elenco, esbarrando nas limitações dos quatro reservas escalados como titulares. No Flamengo, Juan e Toró corriam em dobro pra compensar a falta de futebol dos dois melhores jogadores do time, Ibson e Léo Moura. O meio-de-campo foi disputado à foice, na correria, rareando os bons lances ofensivos para os dois lados.

Com 16 minutos, o segundo tempo já havia sido muito melhor que o primeiro, com várias chances claras de gol. O Flamengo chegou com Souza logo aos 2min, num arremate que o titular Castillo com certeza aceitaria, enquanto o Botafogo conseguiu se organizar e criar mais, levando perigo em bolas paradas e acertando a trave numa jogada genial do zagueiro Eduardo.

O lance que decidiu o jogo, porém, não começou nos pés de nenhum jogador do Flamengo, mas nas mãos de Joel Santana, que tirou um volante e deixou o time com inacreditáveis quatro atacantes em campo aos 30min (Souza, Obina e Diego Tardelli, com Marcinho mais recuado). Num drible equivocado de Eduardo (o mesmo do lance genial), Léo Moura teve um lampejo de Léo Moura e fez um excelente longo passe para Tardelli, que teve um lampejo de jogador de futebol e cruzou para Obina, que foi apenas Obina ao empurrar a bola para as redes quase de carrinho, sacramentando a vitória do rubro-negro. Agora o Flamengo está a apenas um empate do bicampeonato carioca.

Notas:
  • Ibson fez uma das piores partidas do ano, o que acabou refletindo no desempenho do time. 2008 não começou bem pra ele, que precisa mais do que nunca do apoio da torcida.

  • Tardelli afirmou depois do jogo que tentou chutar no lance do gol. Então, é oficial: ele errou tudo o que tentou na partida.

  • Souza definitivamente encontrou seu futebol atuando como segundo atacante, exercendo a função de pivô. Se movimenta, segura a bola no ataque, dribla e serve bem os companheiros. Só que precisa urgentemente da companhia de um atacante veloz.

  • Um bom reforço para o Brasileiro para a dupla com Souza: Nilmar ou Dagoberto . O colorado está insatisfeito no Inter e tem entrado em atrito com o técnico Abel Braga; o tricolor poderia vir numa negociação envolvendo o zagueiro Rodrigo.

  • Marcinho, apesar dos gols, não tem cacoete de atacante. Com mais disposição, o Tardelli bota ele no banco fácil. Kléberson ainda não teve uma grande atuação com a camisa do Mengão. Renato Augusto é imprescindível para o meio-de-campo.

  • O Flamengo precisa urgentemente começar a chutar a bola de fora da área. O time desperdiça muitas jogadas ensebando com passes pro lado na entrada da área adversária e tentando cruzar a bola pra um Souza no meio de três defensores.

  • Obina tem estrela. Os torcedores rivais costumam usá-lo para nivelar o Flamengo por baixo, mas a verdade é que ele já foi decisivo inúmeras vezes. Em 2007, o destino de vários times teria sido muito melhor se eles tivessem um Obina no elenco, um jogador que entra e faz o serviço - Botafogo, Palmeiras e Corinthians que o digam.

A decisão do próximo domingo promete, com o perdão da expressão, pegar fogo. Enquanto o Flamengo enfrenta uma desgastante viagem até o México, o Botafogo tem a semana inteira para se focar na decisão. Com a saída marcada, Joel Santana encara nos próximos dias a encruzilhada que definirá como o trabalho dos últimos meses ficará marcado na memória dos milhões de flamenguistas. O “Papai” chegou no momento decisivo, naquele lance que pode mudar os rumos de uma partida inteira. Agora é esperar pra ver se ele vai ser Eduardo ou Obina.

Recordar é viver #1

Depois que comecei a escrever sobre o Flamengo em 2007 (tijolo que me deu dor de cabeça e me obrigou a parar na metade), lembrei que ainda não tinha falado sobre o título no Carioca do ano passado. Já faz quase um ano e não tem mais toda aquela empolgação, mas mesmo assim resolvi contar a história.

Era 2007 (bons tempos) e naquele ano minha Tchuca foi fazer um curso em Porto Alegre. Todo mês ela tinha que viajar pra lá e me convidou pra ir junto algumas vezes, porque eu ainda não conhecia a capital gaúcha e sou ótima companhia. E porque ela odiava ficar lá sozinha o fim de semana inteiro, na parte feia da cidade (onde gordas te atacam na rua). Eu aceitei, porque adoro viajar e andar de ônibus, e prometi ir na próxima vez. E só fui descobrir que a próxima vez caía bem no dia do jogo do Flamengo quando já estava de passagem comprada e palavra dada.

A maior parte do meu tempo em Porto Alegre foi ocupada com esforços para achar um bar que passasse a final do Carioca (o resto se dividiu em Sgt. Peppers Bar, a leitura de "Belas Maldições" e fugir de uma gorda na rua). Mas como todo mundo sabe – e eu também sabia – futebol fora do Rio Grande pra gaúcho é como o resto do mundo pros Estados Unidos: não existe. Como não ia rolar de ver o jogo por lá, aproveitamos para voltar mais cedo pra Blumenau, às 13h30 (chegando às 23h), e fui obrigado a viajar com frio na barriga. E com um velho gremista que ouvia a final do Gaúcho num radinho e gritava “Iuuuuu-hul” a cada gol do Grêmio contra o Juventude (foram quatro na viagem toda) e com o vocalista dos Acústicos&Valvulados.

Quando o ônibus fez a primeira parada, pude ver na televisão que o jogo do Mengo estava 0x0 e no intervalo. Menos mal. O Botafogo era um time melhor e um empate no primeiro tempo não era de todo ruim. O jogo reiniciou, mas não deu pra assistir nem um minutinho porque já era quase hora de ir embora. Quando eu estava no caixa pagando meu lanche, vi o Juan partindo pro ataque, escapando do marcador e cruzando pro Souza. Gol! Quase explodi de felicidade, mas comemorei com moderação e gritei bem baixo, afinal estava num lugar público cheio de gente. Mesmo assim minha Tchuca falou que ficou com vergonha do escândalo que eu fiz. 
Vai entender...  E ainda brigou comigo porque larguei dinheiro e mercadoria no caixa, sem supervisão, pra correr pra frente da tevê.

Eu nem liguei, afinal era só alegria. O Flamengo ia ganhando do Botafogo, o temido Carrossel, o supra-sumo do futebol, do poderoso alvinegro que parecia olhar com desdém para todos os outros times, em cima de um pedestal com seus jogadores de nomes compostos e apelidos de duas sílabas.

Aí, o balde de água fria.

Eu tinha incumbido o Peru de me atualizar via SMS do andamento do jogo. Até então ele vinha fazendo um péssimo trabalho e só havia me mandado duas mensagens: 0x0 e 1x0. De repente, chegou mais uma. Pensei na hipótese de outro gol nosso. Improvável. Era o Flamengo de Ney Franco. Tinha tudo pra ser gol do Botafogo. Enquanto ia tirando o celular do bolso, até me conformei com a possibilidade. Seria apenas normal, até esperado. Inesperado mesmo foi ver que a mensagem não era do Peru, e sim do Homer, e dizia exatamente o seguinte:

hahahaha Fla 1x2 Bota c fudeu !!

Era inacreditável. Inacreditável, imensurável, inconcebível! Não sabia o que pensar na hora. Fiquei totalmente desnorteado. Como, meu Deus, como passamos um tempo inteiro sem tomar gols e apenas poucos minutos depois de abrirmos o placar levamos a virada? Assim, direto, sem ao menos empatar? Porra, virou jogo de basquete? O frio na barriga, que tinha aliviado, virou uma borboleta. E eu comecei a ficar com raiva do velho gremista, que já estava mais ou menos no terceiro “Iuuuuu-hul”.

Foi quando aconteceu. A magia aconteceu.

Do nada, comecei a me sentir bem. Passou borboleta, passou tudo. Comecei a me sentir confiante, a acreditar na vitória do Flamengo. Foi bem estranho. Era como se eu tivesse a certeza de que tudo ia dar certo no final. Um sentimento súbito e altamente questionável para alguém que torce pra uma zaga formada por Moisés e Irineu. Segui confiante, dizendo pra mim mesmo que seríamos campeões. De repente, o telefone toca. Era meu pai, avisando que o Flamengo tinha empatado. Golaço do “Ronaldo” Augusto.

Depois disso foi difícil segurar a empolgação. Aquela confiança repentina se transformou em certeza absoluta - ou quase. Afinal não é simplesmente "tenho certeza que vamos ganhar, que bom" virar a cabeça e dormir. Eu tinha que saber como ia acabar o jogo. Mas como o Peru mui gentilmente não cumpria a parte dele do acordo, fui obrigado a telefonar pedindo uma transmissão ao vivo das cobranças de pênalti. E nas defesas do Bruno, eu vi (ouvi) minha certeza se confirmar definitivamente e finalmente pude devolver os “Iuuuuu-hul” pro velho gremista. Flamengo campeão!! Mais uma vez!! Choooooooora Bostafogo!!

E foi assim que o 29º título Carioca do Flamengo foi pra mim. Até hoje o pôster do título é o papel de parede do meu computador. Uma lembrança do jogo que não assisti e do qual sempre me lembrarei.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

FlaBaderna no ar



Fiquei ansioso e abri o novo blog mesmo tem ter um nome escolhido. Botei FlaBaderna porque não consegui pensar em nada melhor por enquanto. E vai ser um nome provisório, afinal eu pretendo dar uma incrementada no visual.

Enquanto isso tudo não acontece, vou postando normalmente. Primeiro vou colocar as postagens antigas do outro blog, aí depois vou colocando coisa nova - inclusive as contribuições do meu colaborador, um grande rubro-negro e conhecedor de futebol.

Aproveitem, galiera.